Uma Jornada de Regresso [Pt-Br]

Capítulo 03 - Pele Pintada

Os raios de algumas tochas foram combinados em um. Os lábios de Meng Xiaoming tremeram o tempo todo. An Jie colocou a mão em seu ombro e ela respirou fundo algumas vezes, colocando as luvas e se acalmando um pouco. Ela observava de lado, ajudando a passar algumas ferramentas para An Jie e a fazer algumas pequenas incisões.

Mo Yannan observou, primeiro com horror, depois com crescente repulsa, antes de ser ajudado a se afastar, com o rosto pálido. Um pouco depois, Meng Xiaoming largou suas ferramentas abruptamente, afastou a pequena multidão, ajoelhou-se e vomitou. An Jie ficou em silêncio ao lado do cadáver, franzindo as sobrancelhas.

Shen Jiancheng olhou para a cabeça decepada com olhos pesados. O lugar onde a cabeça e o corpo estavam conectados estava cheio de coisas semelhantes a tentáculos, as partes expostas ao ar tinham uma cor cinza-púrpura que se oxidou imediatamente quando An Jie separou a cabeça do corpo.

An Jie tossiu levemente. "O que você acha que é isso?"

"Impossível." Shen Jiancheng esfregou os olhos pesadamente. "Impossível, isso é impossível"

Lao Ma olhou para An Jie, depois para Shen Jiancheng, depois apontou para a cabeça da beldade. "Isso"

Li San'er suspirou, sentou-se e esfregou o rosto, uma pequena risada vindo de sua cabeça abaixada. "Eu juro que não tenho idade para estar louco Gente, como esse monstro desenvolveu uma cabeça humana? É um homem ou um animal?"

Ninguém respondeu à sua pergunta.

An Jie suspirou. "Uma pele pintada." Ele pegou a jaqueta que havia tirado e prendeu a pistola que havia pegado há algum tempo em sua cintura. "Todos, reúnam suas tendas: vamos nos revezar para ficar de guarda. Eu fico primeiro." (NT: pele pintada - um monstro do conto chinês «A Pele Pintada» do livro «Contos Estranhos de um Estúdio Chinês» (1740), de Pu Songling)

Lao Ma pegou um cigarro e olhou para An Jie por um longo tempo antes de soltar um anel de fumaça. "Então eu troco com você depois da meia-noite."

ʕᵔᴥᵔʔ

As estrelas do deserto brilhavam como se tivessem sido polidas. An Jie se encostou na entrada da tenda e abraçou os joelhos, olhando para o céu. A luz das estrelas caiu sobre ele enquanto estava sentado, com toda a Via Láctea refletida em seus olhos.

O passado, o futuro: as estrelas sabiam de tudo.

Foi isso que Mo Yannan viu quando saiu de sua tenda: um homem que havia sido pintado com as vicissitudes do tempo mas ainda era decididamente bonito, sentado no chão arenoso, sua jaqueta enrolada em sua silhueta magra e frágil e o cabelo caindo em torno de seu rosto, fazendo-o parecer um pouco desolado.

Mo Yannan se aproximou dele. An Jie sorriu e se afastou um pouco. "Por que o Professor Mo ainda está acordado quando é tão tarde? Você não tem medo de não ter energia suficiente para caminhar amanhã?"

Mo Yannan o imitou e ergueu a cabeça para o céu do deserto, suspirando. "Como eu poderia dormir? Fecho os olhos e sinto que há coisas rastejando pelo meu corpo, e então me lembro daquela 'pele pintada' humanoide." Ele balançou a cabeça e riu zombeteiramente de si mesmo. "Que covardia a minha."

"Quem não é um covarde?" An Jie esticou seus membros doloridos e disse quase indiferente. "Quem não é um covarde, afinal... eu também tenho medo."

"Você?"

Mas An Jie parou, seus olhos se movendo para outro lugar. "O Professor Mo veio para um lugar tão perigoso em uma idade tão avançada. Sua família não está preocupada?"

A expressão de Mo Yannan escureceu e ele silenciosamente tirou os óculos, limpando-os nas roupas.

An Jie olhou para ele e percebeu que havia atingido um ponto sensível. Ele estava prestes a redirecionar o assunto com um sorriso quando Mo Yannan começou baixinho: "Minha esposa e eu nos divorciamos há muito tempo... As crianças estão todas ocupadas com suas próprias coisas, então elas não sabem realmente o que estou fazendo." Ele enfiou a mão no bolso e tirou uma pequena carteira, abrindo-a na frente de An Jie. "Meu filho e minhas duas filhas."