CAPÍTULO 37

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Franja

- Franja? - ouço uma voz doce e agradável a audição e olho para cima vendo Ana.

Enxugo as lágrimas.

Aninha: Não enxugue as lágrimas. Eu já vi. - ela diz se aproximando.

Franja: Eu odeio chorar.

Aninha: Quem gosta? - ela pergunta e senta ao meu lado. - mas as vezes precisamos liberar a mágoa, rancor, raiva ou tristeza e por isso é bom chorar. Não digo que tem que gostar, porque ninguém gosta. Mas faz bem. O que foi? - nego soluçando mais uma vez.

Maldito dia que eu te conheci Marina Souza.

Franja: Ana... não me leve a mal mas...

Aninha: entendi. - ela me corta. - não precisa me contar se não quiser. Mas saiba que eu só saio daqui quando você estiver melhor. E pode me chamar de Aninha. - me viro para ela e a encontro me encarando de maneira meiga.

Franja: Obrigado. - suspiro.

Aninha: Sabe o que ajuda? - nego e olho para ela. - olhar o céu. - ela deita na grama. - vem, deita aqui. - me deito ao seu lado e miro a imensidão azul estrelada. - eu adoro olhar as estrelas. "Ainda que haja noite no coração, vale a pena sorrir para que haja estrelas na escuridão." - ela sorri. - minha mãe sussurrava essa frase para mim todas as noites, é do Arnaldo Álvaro Padovani.

Franja: é uma frase linda. - me viro para ela ao mesmo tempo que a mesma se vira para mim. Ela sorri.

Aninha: é sim. Eu concordo. Olhe o céu. - olhamos o céu novamente. - o que seria das nossas noites sem as estrelas ou a lua? Elas iluminam nossas noites, gosto como a lua abraça o mar as vezes, como as estrelas brilham ou como a lua, mesmo sendo um satélite iluminado pelo sol é linda. Tem uma beleza única. Sem a lua e as estrelas nossas noites seriam escuras e sem vida. - assinto mesmo que ela não veja.

Franja: Conheci Marina assim que ela entrou no colégio. Ela era incrível. - dou uma risada amarga. - era o que eu achava. Me encantei com ela de primeira, fofa, engraçada, espontânea, inteligente e linda. Nos aproximamos em uma festa quando defendemos a Sousa do ex idiota dela, conversamos, nos conhecemos  e ficamos. Começamos a namorar em um ano que nos conhecíamos, pode parecer cedo mas eu acreditava que ela era a garota dos meus sonhos.

Aninha: e não era? - nego.

Franja: Não. Marina era pior do que pode imaginar.

Aninha: O que ela fez?

Franja: Foi em uma festa na escola...

Flashback on

Cebola: Fala, vagabundo. - ele chega perto de mim com Cascão.

Franja: Me mama, Menezes.

Cebola: Tu é?

Cascão: eu sempre soube.

Franja: Vão tomar no cu os dois! - rosno.

Titi: Mas o cara já tá de ignorância?

Franja: Cale-se, ratinho de academia de meia tigela.

Titi: Amas?

Do contra: VAI TITI! DETONA A CARA DELE!

Nimbus: VAI FRANJA! QUEBRA A CARA DO SEM VERGONHA!

Xaveco: Eu realmente não sei porque somos amigos.

Franja: Eu vou atrás da Mari. - saio de lá e vou atrás da minha namorada.

A encontro no jardim.

Franja: Oi princesa. - me aproximo para lhe dar um selinho mas a mesma se afasta.

Marina: Não encosta. - fico confuso.

Franja: Vida, o que foi?

Marina: Não me chama de vida. Franja, tá tudo acabado entre nós. - ela diz me olhando friamente.

Franja: Por que?

Marina: Você é um cínico mesmo. - ela se levanta do banco e eu faço o mesmo. - você é um encosto, Franja! Um idiota e eu realmente não sei porque estamos juntos. - vejo seus olhos brilharem pelas lágrimas. - eu confiei em você, te dei meu coração e você jogou tudo fora! Eu te odeio. - ela sai.

Meu coração quebra.

Flashback off

Franja: e foi isso. - concluo olhando o céu. - depois daquela noite eu jurei odiar Marina por toda a minha vida. Mas agora eu estou chorando por ela. De novo.

Aninha: Franja, eu sinto muito, você não merecia isso. E...

Franja: Aninha, posso só deitar no seu colo? - ela assente e senta na grama com as pernas estiradas, deito minha cabeça em sua perna e sinto a mesma fazer cafuné em minha cabeça.

Aninha: Pode confiar em mim, ok? Sempre que quiser desabafar ou chorar ou um colo, eu vou estar aqui.

Franja: Obrigado.

Aninha: Por nada.

•••

RIVAIS, 𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢́𝐝𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora