CAPÍTULO 70

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Cebola

Maria: Cebolácio, passa o protetor. - ela me joga um frasco de filtro solar.

Cebola: Maria, não precisa.

Maria: Precisa sim, você é mais branco que um picolé de coco então acelera!

Cebola: Maria Mello... - digo manhoso.

Maria: Não vou falar de novo, Menezes! Coloca esse caralho na fuça logo! - bufo.

Cebola: Tá. - reviro os olhos e começo a passar essa porcaria na cara.

Ouço a gargalhada de Mônica e me viro para ela.

Cebola: O que foi?

Mônica: Sua cara está toda branca. - ela diz apontando para o meu rosto.

Cebola: Onde?

Mônica: Aqui. - ela começa a passar a mão no meu rosto espalhando o creme.

Enquanto isso, observo seu rosto. Mônica está com um óculos escuro e seus fios curtos estão soltos caindo perfeitamente sobre seus traços.

Franja: Ele vai babar. - ouço a voz de Franja e desperto do transe.

Cebola: Vai ver se eu tô na esquina, Medici. - ele me mostra o dedo do meio.

Aninha: Epa! Sem gestos obscenos aqui, eu sou um neném!

Cass: Oh, um bebezinho.

Milena: Ela jura que engana.

Aninha: Fiquem quietas!

Toni: Olha só o que temos aqui. - meu corpo fica tenso e eu e os meninos nos levantamos. - arrumaram garotas? Sempre pensei que fossem bichas.

Cascão: Não, esse papel é seu, inclusive, o faz muito bem, é lindo ver a maneira como você dá em cima do cara do quiosque para ter desconto nas bebidas. - Toni fecha a expressão.

Toni: Eai Menezes, como está depois da derrota?

Cebola: Você só venceu porque armou para cima de mim. - digo ríspido.

Toni: não aceita perder? Que feio. - ele debocha.

Cebola: Eu vou te mostrar quem não aceita perder! - fico cara a cara com ele mas sinto dois braços me abraçando por trás e pelo cheiro é a Mônica.

Mônica: Não vale a pena, Cê. - ela sussurra em meu ouvido.

Toni: Tá de puta fixa agora, Menezes?

Cebola: Chame ela de puta mais uma vez e eu juro que te parto no meio.

Toni: Que agressivo. Segura seu namorado aí morena.

Mônica: Vou segurar ele até perder minha paciência, quando eu perder aí eu o solto e você está ferrado.

Toni: A puta é atrevida né?

Cebola: Repete! - digo indo para cima dele.

Mônica: Cebola! - ela me prende em seus braços com mais força. - você vai se prejudicar por causa desse verme!

Toni: Escuta a sua putinha! - tento avançar em cima dele de novo mas Mônica está me segurando por trás e por medo de machucá-la eu paro de tentar bater no imbecil a minha frente.

Mônica me solta, para na minha frente encarando Toni.

Mônica: Você se sente mais macho chamando outras garotas de puta? Se sente mais macho ofendendo uma desconhecida? O que foi? Isso no meio das suas pernas é tão pequeno ao ponto de você não se sentir homem de verdade e ter que para provar a você mesmo que é homem tem que ofender uma mulher que você não conhece na rua? Típico.

Toni: Típico de que garota?

Mônica: De gente sem nada melhor pra fazer da vida. Em outras palavras, um vegetal inútil. - os meninos fazem barulhos como se Mônica tivesse pego o ponto fraco.

Toni: Como é que é, sua filha da puta?!

Mônica: Você conhece minha mãe? Não. Conhece meu pai? Também não. Me conhece? Não, então você não tem propriedade nenhuma para chamar minha mãe de puta, tenho certeza que ela trabalha bem mais do que você, que ao invés de estar fazendo algo que preste está aí, provocando meu namorado.

Espera.... namorado?

De duas uma: ou ela me chamou de namorado ou eu alucinei.

Acredito que a segunda seja a opção mais provável.

Mônica: Faz o seguinte, vai embora antes que eu perca minha calma e acerte em você o soco que o Cebola queria dar.

Toni: Você e mais quantas?

Magali: e mais dez! - as meninas se soltam dos meninos e ficam ao lado de Mônica.

Denise: Vaza daqui seu resto de camisinha usada.

Carmem: E vai procurar algo útil pra fazer.

Dorinha: Não meninas, antes de achar alguma coisa para fazer, ele tem que virar homem.

Marina: é. Respeitar as mulheres é um bom começo.

Maria: Mas acho que isso é um passo muito grande para o cérebro dele.

Milena: Pois é, acho que um bom passo para virar homem é não chamar os amiguinhos quando vier enfrentar alguém. - ela olha atrás de Toni onde seus amigos estão vindo.

Aninha: O que foi? A covardia é tão grande que precisa chamar os amigos para falar com alguém?

Isa: Tem medo de levar uma surra? Covarde.

Cass: Ou não confia na própria força? Não me surpreenderia se viesse enfrentar os meninos e saísse todo estrupiado.

Mônica: É. Acho que você já entendeu. - abraço Mô por trás e Toni sai.

Covarde.

•••

RIVAIS, 𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢́𝐝𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora