Memórias Passadas - Prelúdio

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Depois daqueles três dias no hospital, mesmo após ter recebido alta acabava indo visitá-la todos os dias.

Apesar do hospital ser monótono, todos os dias tínhamos alguma coisa para se fazer.

As vezes eu levava alguns mangás ou novels para lermos, ficávamos horas e horas discutindo á respeito e usando nossa imaginação para criarmos nossa própria versão fantasia.

Isso era um tanto imaturo da nossa parte, quer dizer crianças de 15 anos brincando desse jeito.

Mas era um momento apenas nosso, mesmo se outra criança nos visse daquele jeito tenho certeza que assim como eu ela não se importaria.

Como sua cama era bem grande, ás vezes nos deitávamos juntas, para facilitar nossa leitura em conjunto, quer dizer isso até a hora que ela tivesse que tomar seus remédios e voltar aos aparelhos.

Ultimamente ela não tem ficado com tanta frequência deitada naquela cama, mas ainda assim precisava ficar no hospital, isso era uma ótima notícia.

Eu não tinha noção do que ela tinha, ela muito menos gostaria de falar sobre sua doença, mas ainda assim eu ficava feliz em vê-la bem.

Ela não andava muito então sua caminhada era bem lenta, eu sempre a apoiava em seus braços ou segurava em sua mão, para darmos uma caminhada.

Constantemente éramos vigiadas pelas enfermeiras, afinal qualquer coisa poderia acontecer com ela, como estávamos nas instalações hospitalares não haveria problema uma saída ocasional.

[...]

Três meses haviam se passado, aconteceu tão rápido que eu nem havia notado.

Nesse meio tempo eu já havia feito a minha estreia no ensino médio, mas agora eu não era uma total reclusa assim, quer dizer eu não tinham pessoas para chamar de amigos como faço com a Haruko, mas caso haja a necessidade de interação eu me forço um pouco e converso com outras pessoas da minha idade.

Como ela não podia sair de lá por conta de sua condição decidi levar alguns dos meus livros e anotações para  ela se distrair um pouco.

Não que eu esteja utilizando isso como uma desculpa para pular o dever de casa, além do mais ela não poderia me ajudar de forma alguma. Apenas estava matando sua curiosidade já que ela queria saber o que é que se aprende no ensino médio.

O hospital contava com uma cobertura aberta, alguns pacientes poderiam se sentir um tanto claustrofóbicos se permanecessem apenas em um lugar.

Naquele dia em específico ela estava vazia.

Subimos ás escadas juntas, demorou alguns minutos por conta do seu ritmo lento, eu não a apressei nem nada apenas subimos juntas e calmamente.

Quando chegamos lá, ela estava um pouco ofegante, nos sentamos em um dos bancos e não bastou muito tempo para que ela recuperasse o fôlego.

Eu notei que estava um pouco frio, mas estava tolerável, mesmo assim corri até o seu quarto e peguei uma manta, embora ela estivesse com as roupas adequadas assim como eu, não queria que se resfriasse.

— Você agiu rápido. (Haruko)

— É claro, você não pode se resfriar por muito tempo. (Maylene)

— Hunf, eu te disse para não se preocupar comigo, está parecendo minha mãe. (Haruko)

— Então comece á pensar um pouco no seu bem estar, desse jeito não vamos nos preocupar tanto com você. (Maylene) 

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