Minha mente estava embaçada em relação á essa memória, talvez ela quisesse ofuscar esse momento significativo e marcante em minha vida, mas infelizmente o cérebro pode ser lógico e me fazer esquecer, mas meu coração jamais me permitiria o fazer.
Um mês havia se passado desde que Haru e eu...bem nos aproximamos.
Até mesmo fizemos as apresentações adequadas para cada um dos nossos responsáveis, os pais de Haru, assim como os meus eram pessoas amáveis e acabaram aceitando bem a nossa relação peculiar, quando os conheci de fato fui a mais educada possível, na situação contrária meus pais acabaram revelando um pouco mais sobre meu passado obscuro para ela, contando alguns segredos e da minha época rebelde, foi bem constrangedor mas ela deu umas boas risadas.
Era estranho, após aquela mesma conversa, alguns dias depois meus pais se reuniram comigo, até mesmo tive que ficar em casa para não ver a Haru, inclusive me permitiram faltar a aula.
Eles falaram seriamente comigo á respeito de emoções e apego, diziam que quando você ama alguém deixe-a partir se vocês se reencontrarem algum dia significa que foi feito para dar certo, ou uma frase clichê do mesmo gênero.
Aproveitaram também e falaram que eu passaria por um momento difícil, mas eles estariam ao meu lado quando eu mais precisasse.
Eu logicamente os ignorei , era o tipo de assunto desinteressante para uma jovem como eu, hoje em dia eu reflito e devo dizer que tive os melhores pais de todo o mundo, mas era muito cedo para mim para tirar conclusões.
As vezes a mãe de Haru conversava comigo a sós, dizendo que eu era uma pessoa especial, assim como sua filha fala comigo agradecia profundamente pelas minhas visitas e de ter criado um laço tão forte com ela, mas assim como meus pais ela estaria ao meu lado para me dar apoio para o que fosse necessário.
Toda aquela conversa me deixava preocupada cada vez mais, mesmo não entendendo todo esse enigma que os adultos faziam para mim, isso ficou marcado em minha mente, sempre que falavam algo parecido comigo eu não conseguia dormir na noite daquele mesmo dia, então optei por ignorar tudo isso, para conversar com Haru quando fosse necessário.
[...]
Quando o inverno se acabou, as chuvas de primavera começavam, as vezes eu visitava Haru toda ensopada por conta da chuva, mesmo utilizando capa, ainda ficava um pouco molhada, mas não o suficiente para encharcá-la junto comigo.
No mês anterior ela havia apresentado uma melhora, porém ela estava deitada em sua cama com uma certa frequência, tomando alguns remédios injetáveis e dormindo na maioria das vezes, nossas conversas eram cortadas ao meio por conta dos efeitos deles, então eu ficava ao seu lado sentada em um banco segurando sua mão até o seu despertar ou a hora da minha saída.
E talvez, não seria diferente naquele dia em específico.
Era um fim de semana e eu havia chegado um pouco mais cedo na hora marcada para visitas.
Estranhamente os médicos também foram condescendentes com a situação e me permitiram ficar o tempo que fosse necessário ao lado dela, eu já deveria ter pego os sinais naquela época, mas eu era bem inocente...
Ela não estava tomando a medicação injetável naquele dia...ela não precisava mais daquilo por alguma razão, quando perguntei à ela apenas falou isso...
— Você...está preocupada com alguma coisa... (Haruko)
Sua voz estava arrastada, não sabia ao certo o motivo então eu relevei, isso já havia acontecido há alguns dias atrás então presumi que fosse normal.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Revolution of Healer
FantasiSato Maylene conhecida por May por seus colegas de trabalho sempre teve uma vida pacífica, mesmo com as frustrações de uma mulher virgem e solteira de 30 anos ela não se deixava abalar, sempre seguia demonstrando maestria e ótimo desempenho em seu t...