𝐌𝐈𝐋𝐀 － 𝙒𝙖𝙜𝙣𝙚𝙧 𝙈𝙤𝙪𝙧𝙖

𝟖

Os dias foram passando, e o uso controlado dos remédios fez com que minha mãe recobrasse parte de seu autocontrole emocional e até a lucidez.

Optei por ficar em casa em uma quinta-feira à tarde. Eu e Wagner estávamos atolados de problemas para resolver, mal tendo tempo para ficarmos juntos. Em um momento tão complicado e sensível, minha mãe não desgrudava dele por um segundo sequer.

Eu estava na biblioteca da casa, tentando me concentrar na leitura, quando ouvi vozes vindas do escritório de Wagner. Curiosa, me aproximei da porta entreaberta. Wagner falava ao telefone, sua voz grave carregada de preocupação.

— Não podemos perder esses investidores agora, isso seria um desastre total para nossas finanças — disse ele, a tensão clara em seu tom. — Eu sei que as negociações foram complicadas, mas precisamos encontrar uma solução rapidamente.

Entendi que as coisas estavam pior do que eu imaginava. A situação financeira da nossa família estava em risco, e Wagner estava lutando para manter tudo sob controle.

Naquela noite, logo depois que minha mãe foi dormir, fui até o escritório onde Wagner ainda estava trabalhando. Abri a porta devagar e entrei, fechando-a suavemente atrás de mim.

— Você precisa descansar — disse suavemente, aproximando-me da mesa.

Ele suspirou profundamente, passando a mão pelos cabelos, visivelmente exausto.

— Não posso, Milena. Isso não pode esperar.

Fiquei ao seu lado, sentindo a tensão no ar como uma presença quase tangível.

— Você tá muito tenso... — murmurei, passando a mão por seus ombros, sentindo a rigidez em seus músculos.

Wagner soltou um grunhido, ajeitando-se na cadeira. Eu estava vestindo um micro pijama que cobria apenas o necessário, e pude ver seus olhos escurecerem de desejo. Sem hesitar, senti suas mãos envolverem minha cintura, puxando-me para o seu colo.

A proximidade entre nós era eletrizante. Senti o calor de seu corpo contra o meu, seu cheiro intoxicante invadindo meus sentidos. Nossos olhares se encontraram, e a intensidade do momento fez meu coração disparar.

— Mila... — murmurou ele, a voz rouca de desejo. — Isso é loucura.

— Mas é o que eu quero — respondi, minha voz tremendo de emoção.

Sem mais palavras, nossos lábios se encontraram em um beijo profundo e ardente. Wagner retribuiu com uma paixão intensa , suas mãos explorando cada curva do meu corpo com uma urgência desesperada. A sala estava mergulhada em desejo, cada toque, cada beijo, aumentando a tensão entre nós.

Senti suas mãos subirem pelas minhas costas, deslizando pelo tecido fino do meu pijama. Ele segurou meu rosto, intensificando o beijo, enquanto eu me movia mais perto, pressionando meu corpo contra o dele. A sensação era excitante , como se tudo ao nosso redor desaparecesse.

— Milena... — murmurou contra meus lábios, os olhos fechados em êxtase. — Eu quero você, mas...

— Não pense em nada agora — interrompi, deslizando minhas mãos pelo seu peito, sentindo seus músculos tensos.

Ele me puxou para ainda mais perto, seu corpo quente e forte contra o meu. Nossos beijos se tornaram mais intensos, mais desesperados, como se estivéssemos tentando apagar qualquer dúvida ou medo.

Cada toque, cada carícia, nos aproximava mais, até que não havia mais espaço entre nós. O mundo lá fora deixou de existir, e tudo o que restava era a intensidade do nosso desejo, a promessa silenciosa de mais momentos como aquele.