𝐌𝐈𝐋𝐀 － 𝙒𝙖𝙜𝙣𝙚𝙧 𝙈𝙤𝙪𝙧𝙖

𝟗

Decidi que precisava de uma pausa para clarear minha mente. Liguei para Isabela e combinamos de nos encontrar em um café no centro da cidade. Precisava de sua companhia e de sua perspectiva.

— Você está radiante  — disse Isabela, assim que me sentei à mesa.

Sorri, sentindo a excitação borbulhar dentro de mim.

— Obrigada, Isa. Apesar do caos em casa, sinto que estou encontrando um novo propósito desde que voltei pra São Paulo.

Isabela arqueou uma sobrancelha, curiosa.

— Muitas coisas especiais estão acontecendo na minha vida...

— Coisas especiais? Que coisas?

— Recentemente conheci alguém... alguém que está me ajudando a lidar com tudo isso. Mas é tudo tão novo e complexo que prefiro não entrar em detalhes agora.

Isabela olhou para mim com interesse, seus olhos brilhando de curiosidade.

— Alguém especial, hein? Estou curiosa agora! Quem é o sortudo?

— Prefiro manter isso em segredo por enquanto...

Isabela suspirou ainda intrigada.

— Vou respeitar seu espaço. Mas estou morrendo de curiosidade

Mudamos de assunto para aliviar a tensão. Falamos sobre a última vez que fomos a um jogo de polo.

— Lembra daquele jogo de polo no clube? — perguntei, sorrindo com a lembrança.

— Claro, como poderia esquecer? Foi um dia tão divertido.

— Pois é. Acho que esse novo interesse que apareceu na minha vida também gosta de polo. A gente se aproximou mais depois de um evento desses.

Isabela piscou, surpresa.

— Nossa, isso é um ótimo começo, então. Polo é um esporte tão clássico . E você sempre adorou assistir.

— Te garanto que foi um ótimo começo — Ri.

Passamos o dia juntas, conversando sobre tudo. Desde coisas engraçadas até assuntos sérios. Rimos muito e até comentamos algumas fofocas. Enquanto comíamos um brunch delicioso, consegui esquecer temporariamente todos os problemas que estavam me deixando preocupada.

Mas mesmo com toda a diversão, não conseguia tirar ele da cabeça. A cada momento ele vinha à minha mente, como se estivesse sempre presente, mesmo que não estivesse perto.

Quando voltei para casa, já estava anoitecendo. Ao me aproximar, notei a movimentação dos carros na área externa. Os faróis iluminavam o jardim, e os seguranças verificavam os arredores.

Abri a porta e o encontrei no hall, pronto para sair. Ele estava vestido de terno, o que realçava ainda mais sua presença marcante.

Ao seu lado, uma mala de couro escuro indicava que ele faria uma viagem. Wagner estava irresistivelmente delicioso de terno, cada linha do tecido acentuando sua sensualidade de forma quase hipnotizante.

— Vai a algum lugar? — perguntei, tentando esconder a decepção na minha voz.

— Vou a Brasília — respondeu ele, ajustando a gravata. — Preciso resolver essas questões com alguns amigos políticos. Vou ficar fora por dois dias.

Aproximei-me, sentindo a urgência do momento.

— Dois dias... — murmurei, colocando a mão em seu peito, sentindo seu coração bater forte sob meus dedos. — Parece uma eternidade..