𝟏𝟕

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No dia seguinte, eu estava no escritório junto com Wagner, ajudando-o com alguns documentos. De longe, ouvi os saltos de ponta agulha batendo no chão e vindo em nossa direção. Meu estômago se contraiu, pressentindo problemas.

Daniela escancarou a porta, jogando um jornal em cima da mesa.

— O que me dizem disso?!

Wagner esticou a mão, pegando o jornal. Ele suspirou, visivelmente exasperado.

— Leia alto!

— Daniela, não grita, tá? Não começa porque eu não tô gritando com você! — retruquei, tentando manter a calma.

Ele levou as mãos aos olhos, massageando as têmporas, antes de me entregar a folha. Olhei para a manchete, sentindo um frio na espinha. Com a voz trêmula, comecei a ler:

— "Escândalo na Alta Sociedade: Governador e Enteada em Relação Amorosa?" — comecei, minha voz trêmula, mas continuei. — "A festa de ontem à noite revelou mais do que uma simples celebração. Fontes confiáveis afirmam que o governador Wagner foi visto em momentos íntimos com sua enteada, Milena. Uma fotografia dos dois dançando juntos, com olhares apaixonados, levanta suspeitas de um relacionamento mais do que familiar."

Daniela bufou, os olhos faiscando de raiva.

— Vocês têm noção do que isso significa? — ela gritou, oscilando entre a indignação e a incredulidade. — A imprensa inteira está em cima disso! Como vocês deixaram isso acontecer?

Wagner se levantou, tentando manter a compostura.

— Daniela, nós estávamos apenas dançando. Isso não significa nada.

— Não significa nada?! — ela exclamou, apontando para a foto no jornal. — Olha para vocês dois! Isso não parece apenas uma dança!

Eu senti um nó na garganta, a pressão aumentando. Daniela estava perdendo o controle, e eu sabia que qualquer tentativa de explicar seria inútil naquele momento.

— Daniela, por favor, vamos nos acalmar. Discutir assim não vai resolver nada. — disse, tentando acalmar a situação.

Ela olhou para mim com desprezo, as palavras saindo venenosas.

— Você não entende, Milena! Você está destruindo tudo! Nosso nome, nossa reputação...

Wagner interrompeu, a voz firme.

— Você não abre a sua boca pra falar da Milena, Daniela! Agora deixe nos dois a sos.

Ela olhou para ele:

— Você está me mandando sair?

— Sim. Precisamos resolver isso de forma racional, e você está apenas piorando a situação.

Ela hesitou por um momento, mas acabou saindo, batendo a porta com força. O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Wagner se aproximou de mim, seu olhar suave contrastando com a tensão que ainda pairava no ar.

— Vai ficar tudo bem, Mila. Vamos resolver isso juntos tá bem? A sua mãe não quis dizer aquela coisas...

Naquela noite, esperamos até que a casa estivesse silenciosa e todos estivessem dormindo.

Wagner entrou no meu quarto silenciosamente. Eu estava sentada na cama, esperando por ele. A tensão quase nos impediu, mas havia também um desejo fervente de estarmos juntos, longe de todos os olhos.

Ele se aproximou lentamente, seus olhos fixos nos meus. Sentou-se ao meu lado e, sem dizer uma palavra, puxou-me para um abraço apertado. O calor do seu corpo contra o meu era reconfortante, e eu me permiti relaxar em seus braços.

— Só eu e você — disse Wagner suavemente.

Inclinei-me para beijá-lo. Seus lábios encontraram os meus com uma urgência que só aumentou meu desejo. Ele deslizou as mãos pela minha cintura, puxando-me para mais perto. Sua língua explorava a minha boca, fazendo meu coração disparar.

Wagner começou a descer os beijos pelo meu pescoço, causando arrepios por toda a minha pele. Ele parou no ponto sensível entre meu pescoço e ombro, mordiscando levemente e me fazendo gemer baixinho.

— Você gosta disso, não é? — sussurrou ele com a voz rouca, continuando seu caminho com beijos e mordidas suaves.

— Muito... — respondi, minha voz trêmula.

Seus dedos ágeis começaram a explorar meu corpo por cima da roupa, tocando-me de forma delicada e ao mesmo tempo possessiva. Ele desceu as mãos pelo meu abdômen, puxando a barra da minha blusa para cima, expondo minha pele aos seus toques quentes.

Wagner me deitou na cama, afastando-se apenas o suficiente para tirar minha blusa. Seus olhos percorreram meu corpo com uma mistura de desejo e adoração. Ele voltou a me beijar, enquanto suas mãos continuavam a explorar cada centímetro do meu corpo.

Ele deslizou a mão pelas minhas coxas, subindo lentamente, provocando-me. Quando seus dedos encontraram minha calcinha, ele parou, olhando nos meus olhos para garantir que estava tudo bem. Assenti, mordendo o lábio em antecipação.

Mas Wagner se manteve focado nas preliminares, querendo prolongar aquele momento de intimidade. Ele começou a traçar círculos lentos e suaves por cima da minha calcinha, enquanto sua outra mão acariciava meu seio, o polegar brincando com meu mamilo endurecido.

Eu arqueei as costas, pressionando-me contra ele, desejando mais. Mas Wagner parecia gostar de me torturar, mantendo o ritmo lento e constante, aumentando minha excitação a cada segundo.

— Você é tão gostosa, Mila. — Ele sussurrou contra minha pele, voltando a me beijar com paixão.

No dia seguinte, senti a necessidade de desabafar com alguém que não estivesse diretamente envolvido no caos da minha família. Liguei para minha melhor amiga, Isabela, e pedi que viesse até minha casa. Quando ela chegou decidimos ir direto para o meu quarto:

— Amiga, eu vi as notícias. Como você está? — perguntou Isabela, preocupada.

— Estou tentando lidar com isso. Minha mãe está insuportável, e a imprensa não para de inventar histórias. Eu só queria que tudo voltasse ao normal.

Isabela segurou minhas mãos, olhando-me nos olhos.

— Você é forte, Mila. Vamos superar isso juntas. E se precisar de um tempo longe daqui, minha casa está sempre aberta para você.

Assenti em silêncio olhando para o teto, minha cabeça tava a mil, Isa quebrou o silêncio:

— Mimi, eu não sei se eu deveria te contar mais, minha mãe comentou comigo algumas "coisas" sobre a sua mãe ...

Eu franzi a testa, confusa.

— Que "coisas" sobre a minha mãe?

Ela respirou fundo antes de continuar.

— Ela disse que Daniela tem um histórico de comportamento instável. Antes de casar com seu padrasto, ela foi internada em uma clínica de reabilitação várias vezes. Houve rumores de que ela era viciada em medicamentos e que teve vários episódios de violência.

Isso me atingiu como um soco no estômago. Eu sabia que minha mãe tinha problemas, mas não tinha ideia da extensão deles.

— Por que ninguém nunca me contou isso antes? — perguntei, sentindo um nó na garganta.

—Acho que sua família tentou proteger você, mas talvez agora você precise saber a verdade para entender melhor a situação e lidar com isso. — disse isa parecendo mais leve.

𝐌𝐈𝐋𝐀 - 𝙒𝙖𝙜𝙣𝙚𝙧 𝙈𝙤𝙪𝙧𝙖 Onde histórias criam vida. Descubra agora