𝟐𝟎

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Eu saí da casa com raiva, as palavras de Wagner ainda ecoando na minha mente. Augusto tinha um poder estranho sobre mim, uma mistura de medo e necessidade de provar algo. Quando cheguei à sua casa, ele me recebeu com um sorriso que logo se transformou em preocupação ao ver meu rosto abatido.

— O que aconteceu, Milena? — ele perguntou, tentando me abraçar.

— Nada que você precise se preocupar, Augusto. — respondi, afastando-me dele. — Só precisamos conversar.

Ele ficou irritado, seu rosto assumindo uma expressão que eu conhecia bem. Meu celular tocou. Era Wagner. Eu o ignorei, mas ele insistiu, ligando repetidamente. Augusto, vendo o nome de Wagner na tela, arrancou o celular da minha mão.

— Ele está te perseguindo agora? — perguntou com desdém, desligando o telefone e jogando-o no sofá.

— Augusto, devolve meu celular. — pedi, tentando manter a calma.

— Não , vamos conversar não é? — ele ri.— O que quer conversar?

— Sobre nós. Isso não pode continuar assim. — respondi, sentindo meu coração bater acelerado.

Ele deu um passo à frente, seu rosto se contorcendo de raiva.

— Você acha que pode simplesmente decidir isso? Quem você pensa que é?

Antes que eu pudesse responder, senti o primeiro tapa. O impacto foi forte, me jogando contra a parede. As agressões continuaram, cada golpe mais doloroso do que o anterior. Eu tentei gritar, mas minha voz estava fraca.

Uma hora se passou, e então ouvi sirenes ao longe. Meu coração disparou com uma mistura de alívio e medo. Wagner havia cumprido sua promessa. A porta foi aberta com força, e a figura de Wagner apareceu, acompanhado por policiais.

Augusto tentou resistir, mas os policiais foram rápidos em imobilizá-lo. Ele gritava acusações e insultos enquanto era levado, mas eu só conseguia sentir alívio. Wagner se aproximou de mim, os olhos suavizando enquanto olhava para meu rosto machucado.

— Mila — ele passou a mão pelo machucado no meu rosto.

Eu não conseguia responder. As lágrimas começaram a rolar silenciosamente pelo meu rosto, e tudo que consegui fazer foi chorar, meu corpo tremendo enquanto ele me observava, impotente. Wagner me envolveu em um abraço apertado, me segurando enquanto eu desabava novamente em seus braços.

Os dias seguintes foram uma tempestade de emoções. Augusto foi formalmente acusado de agressão física e psicológica. A imagem dele sendo levado pelos policiais ficou gravada na minha mente, um lembrete constante de que eu precisava me afastar desse ciclo de violência.

Minha mãe, Daniela, não ficou nada feliz com a situação. Quando ela soube do que aconteceu, sua reação foi de fúria e desespero. Ela oscilava entre a preocupação sincera comigo e a raiva por como tudo isso estava afetando nossa família e a campanha de Wagner.

No Hospital

Após o incidente, quando estava no hospital, ela entrou no quarto, seu rosto uma mistura de raiva e lágrimas.

— Como você pôde deixar isso acontecer, Milena? — ela perguntou, a voz trêmula.

Eu virei o rosto, não conseguia olhar para ela. Ela se aproximou, tentando segurar minha mão, mas eu a afastei.

— Não é minha culpa, mãe. — murmurei, minha voz falhando.

— Eu sei, querida. — ela disse, finalmente se sentando ao meu lado. — Mas você precisa entender como isso afeta todos nós. A imprensa... eles não vão parar de falar sobre isso.

𝐌𝐈𝐋𝐀 - 𝙒𝙖𝙜𝙣𝙚𝙧 𝙈𝙤𝙪𝙧𝙖 Onde histórias criam vida. Descubra agora