Entramos no hospital, o cheiro de antisséptico e o barulho monótono dos aparelhos eram uma constante lembrança da realidade que estávamos vivendo. Wagner segurava minha mão com firmeza enquanto caminhávamos pelos corredores frios até o quarto de minha mãe. Meu coração batia rápido, a ansiedade crescendo a cada passo.
Ao entrarmos no quarto, vi minha mãe sentada na cama, olhando pela janela com uma expressão distante, mas serena. O médico, um homem de meia-idade com uma expressão gentil, nos recebeu com um aceno.
— Senhorita Milena, Senhor Wagner, preciso conversar com vocês sobre a condição de sua mãe — começou ele, olhando diretamente para mim. — Decidimos mantê-la internada em observação em um hospital psiquiátrico. É o melhor para garantir que ela receba o tratamento adequado.
Continuamos a ouvir com atenção ate minha mãe o interromper. Ela se virou para nós, seus olhos mostrando um lampejo de lucidez que não via há algum tempo.
— Mimi, Wagner... eu sei que estão preocupados, mas estou em boas mãos aqui...Vocês precisam descansar, cuidar de si mesmos. Pare de pensar em mim por um tempo, por favor. Me prometem?
Eu e Wagner assentimos :
— Vamos fazer isso, mãe. Nós prometemos.
Voltamos em silêncio para casa, a mão do mais velho repousava na minha coxa, eu estava presa nos meus próprios pensamentos, como se estivesse em transe.
Wagner disse algo que não consegui ouvir, achando que fosse coisa da minha cabeça.
— Mila? — ele me chamou, apertando levemente minha coxa.
Olhei para ele, seu semblante de dúvida indicava preocupação.
— Tá tudo bem?
Assenti, respirando fundo.
— Pensei em irmos descansar longe da cidade. Conheço um lugar. Vamos?
— Com você, eu vou para qualquer lugar — disse, acariciando seu rosto.
Depois de horas de estrada, o sol estava começando a se pôr quando finalmente chegamos à fazenda. A entrada era marcada por uma grande porteira de madeira, com o nome da propriedade gravado em uma placa acima: "Fazenda Campo Leste ".
Ao passarmos pelos portões, a vista era de tirar o fôlego. Campos verdes se estendiam a perder de vista, cercados por colinas onduladas e florestas densas.
— Bem-vinda ao nosso refúgio — disse Wagner, ajudando-me a descer do carro.
A casa principal era uma construção rústica, mas elegante, com grandes janelas que permitiam uma vista deslumbrante da paisagem ao redor. Feita de pedra e madeira, tinha um charme acolhedor. As vigas expostas no teto e as paredes de pedra , enquanto a madeira polida dos móveis trazia um contraste sofisticado. Tapetes macios estavam espalhados pelo chão de madeira escura, e as cortinas de linho leve balançavam suavemente com a brisa que entrava pelas janelas abertas.
A sala de estar era o coração da casa, dominada por uma lareira de pedra imponente, cercada por poltronas de couro envelhecido e um grande tapete de pele de animal. Acima da lareira, uma antiga pintura de paisagem reforçava o caráter histórico do lugar. Mesas laterais de madeira estavam adornadas com lâmpadas de ferro forjado e livros antigos.
— Uau — murmurei, girando para observar cada detalhe do cômodo. A atmosfera era aconchegante, com um toque de nostalgia.
Wagner tirou o casaco pesado, pendurando-o em um cabide perto da entrada.
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𝐌𝐈𝐋𝐀 - 𝙒𝙖𝙜𝙣𝙚𝙧 𝙈𝙤𝙪𝙧𝙖
FanfictionNo coração pulsante de São Paulo, a família Azafri domina o cenário com uma mistura de poder político e riqueza. Wagner Moura, um empresário próspero, se vê preso em um casamento arranjado com Daniela, a viúva filha do influente político Alberto Aza...