𝟏𝟑

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A noite já havia caído quando começamos a viagem de volta da fazenda. A estrada estava tranquila, iluminada apenas pelos faróis do carro e pela luz da lua que surgia timidamente entre as nuvens. Wagner dirigia com uma mão no volante e a outra segurando a minha, nossos dedos entrelaçados. O rádio tocava uma música suave, e o ar estava impregnado de uma paz serena.

— Essa foi uma escapada perfeita, não acha? — perguntei, virando-me para Wagner com um sorriso satisfeito.

Ele riu, aquele som profundo que sempre me fazia sentir segura.

— Absolutamente. Precisávamos disso. — Ele olhou para mim, seus olhos brilhando de felicidade. — E parece que eu deixei umas marcas em você, hein?

Ele passou  a mão pelo  meu pescoço, onde algumas delas ainda estavam visíveis.

— Talvez você tenha se empolgado um pouco — brinquei, dando-lhe um olhar de repreensão falsa. — Mas não vou reclamar.

Ele sorriu, apertando minha mão.

— Não vão demorar para sair...Mas quero que toda vez que se olhar no espelho se lembre de mim.

Deixei escapar uma risada, sentindo-me mais leve do que em meses.

— Como eu poderia esquecer?

Enquanto dirigíamos, conversamos sobre a noite anterior, revivendo os momentos de carinho e paixão à beira da lareira. Era como se cada palavra fosse uma brasa acesa, mantendo o calor entre nós.

Chegamos em casa tarde da noite, exaustos mas felizes. Subimos para o quarto e nos deitamos, adormecendo nos braços um do outro, embalados pela lembrança.

Acordei de manhã assustada, um pesadelo terrível me atormentava. Sonhei que tinham assasinado Wagner. Meu coração disparava e meu corpo estava coberto de suor frio. Wagner, ao meu lado, acordou assustado, envolvendo-me imediatamente em seus braços.

— O que foi, meu amor? — ele perguntou, sua voz rouca de preocupação.

— Tive um pesadelo horrível — sussurrei, meu corpo tremendo. — Sonhei que você tinha sido assassinado.

Ele me apertou mais forte, seus braços firmes e protetores ao redor de mim.

— Foi só um sonho, Mila. Eu tô aqui, tô bem . — Ele acariciou meu cabelo, tentando me acalmar. — Não vou a lugar nenhum.

Fiquei ali, aninhada em seus braços, até que o pânico começou a diminuir. A presença de Wagner era tranquilizadora, e aos poucos, minha respiração voltou ao normal.

— Tenho que ir trabalhar, mas você pode ficar aqui e descansar um pouco mais — ele disse suavemente, beijando minha testa. — Vou pedir para prepararem um café da manhã para você.

— Obrigada — murmurei, sentindo-me grata pelo seu carinho e atenção.

Wagner se levantou, vestindo-se para o trabalho. Observei-o enquanto ele colocava sua camisa e gravata, cada movimento seu sendo uma lembrança da noite anterior e de como ele sempre estava ali por mim. Ele se virou para mim,inclinando-se para me dar um último beijo, antes de sair.

— Nos vemos mais tarde. Cuide-se.

— Você também — respondi, observando-o sair pela porta.

Ainda de manhã, após um banho revigorante e um café manhã delicioso, comecei a me preparar para sair. Tinha alguns assuntos para resolver na cidade antes do brunch com Isabela.

𝐌𝐈𝐋𝐀 - 𝙒𝙖𝙜𝙣𝙚𝙧 𝙈𝙤𝙪𝙧𝙖 Onde histórias criam vida. Descubra agora