■ 09 - MUDANÇAS ■

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JEON JUNGKOOK


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Coloquei as mãos em cima da pia de mármore e fechei os dez dedos sobre a pedra fria, raspando as unhas com força. Os nós dos dedos ficaram brancos devido à força com que os apertei contra o mármore.

As palavras daquela garota atrevida vieram com tudo em minha mente se repetindo várias e várias vezes.

  "Seu bêbado idiota."

Levantei minha cabeça e encarei meu reflexo no espelho. Eu estava destruído por dentro e por fora, nem ao menos reconhecia minhas feições.

De repente, ouvi a porta do quarto sendo aberta e nem precisei virar a cabeça para saber de quem se tratava.

   –– Jungkook? - A voz suave de minha mãe ecoou pelas paredes do cômodo fechado.

   –– Não vai descer para tomar café?

Seus passos se aproximaram e ela apareceu na porta do banheiro que eu havia deixado aberta.

Vi seu olhar preocupado pelo reflexo do espelho, e ela analisou as minhas costas. Era nítida a dor que minha mãe sentia ao me ver ali, naquele estado caótico, entregue à solidão, ao desespero.

Virei-me na sua direção e ela caminhou até mim, segurou minhas mãos e as apertou entre as suas.

Vamos, precisa se alimentar. Depois temos um assunto importante para tratar.

Escorei o corpo no mármore, abaixei a cabeça e curvei os lábios em um riso sarcástico, carregado de desânimo. Sentia-me esgotado só de pensar na conversa que estava por vir.

Ela iria falar sobre a garota, disso eu tinha certeza..

   –– Não acho que seja prudente que ela continue trabalhando aqui. Não passa de uma garotinha fútil, irritante e atrevida. - Fui direto ao ponto que minha mãe queria chegar.

Sua expressão se alarmou, mas ela negou com um aceno de cabeça.

    –– Está enganado, Jungkook. Seja lá o que tenha acontecido para você implicar tanto assim com ela, Sn é uma menina de ouro.

Sn...

O reconhecimento do nome da garota deixou-me alguns segundos petrificado.

  –– Então o nome dela é Sn? - perguntei  sério.

Só agora me dando conta de toda a merda que eu havia feito.

   –– Sim!! - respondeu minha mãe, convicta.

   –– A filha mais velha de seu amigo, Joaquim. Enfatizou.

Limpei a garganta, incomodado, e me afastei da pia. Vesti a camisa sentindo-me um idiota.

Ainda assim, a vontade de estapear a bunda daquela atrevida não havia passado, apenas amenizou quando soube que era filha de Joaquim meu melhor amigo na infância.

   –– Eu não sabia... - confessei, constrangido, com a culpa me corroendo por dentro.

   –– Acho que você deve um pedido de desculpas a alguém! - Sugeriu.

Mas lá no fundo eu sabia que seu pedido era basicamente uma ordem.

Neguei com a cabeça e me movimentei para sair do banheiro. Minha mãe afastou-se da porta, permitindo que eu passasse por ela em direção ao quarto.

O Melhor Amigo do meu Pai      -  Jeon Jungkook Onde histórias criam vida. Descubra agora