■ 05 - REENCONTRO ■

2.5K 130 18
                                    

JEON JUNGKOOK

Após o almoço conversei um momento com minha mãe e Berenice, que havia passado a manhã inteira conosco.

Ambas iriam à igreja naquela manhã, mas como não demonstrei interesse em sair de casa, decidiram que seria melhor ficarem no casarão e preparar o almoço.

Não discuti sobre assunto, queria ficar sozinho, mas não diria isso a nenhuma das duas. Berenice ainda estava arredia, mas em alguns momentos percebi que a mulher secou uma lágrima que escorria em seu rosto, enquanto preparava a refeição com minha mãe em silêncio.

Eu me senti incomodado durante toda a manhã. O ar estava denso e pesado naquela casa, havia uma certa tensão rondando, embora ninguém dissesse nada.

Depois que comemos e encerramos a curta conversa, eu me tranquei no quarto e tentei dormir um pouco. Ouvi murmúrios das duas no andar de baixo, mas também não me atentei e nem fiz questão de saber sobre o que conversavam.

Peguei a carteira que havia deixado sobre a mesinha de cabeceira e notei que a pulseira de ouro ainda estava ali. Havia me esquecido de entregá-la para minha mãe mais cedo.

Desci as escadas com certa pressa e segui andando até alcançar a porta dos fundos. Estava me aproximando da varanda quando ouvi passadas rápidas às minhas costas, seguidas da voz de minha mãe.

-- Filho, vai sair?

Parei no meio do caminho e me virei em sua direção.

Seu olhar estava aflito enquanto me fitava, a testa franzida, as rugas em seu rosto pareciam ainda mais acentuadas que algumas horas atrás. Pura preocupação exalava de seu semblante.

-- Pensei em cavalgar um pouco, ir até o rio. Tentei responder de maneira despreocupada, sem deixar transparecer todo turbilhão de emoções que se emaranhava dentro do meu peito.

Sua expressão tornou-se um pouco mais relaxada e ela deu alguns passos, se aproximando de onde eu estava.

-- Ah sim, claro. - Tentou sorrir, mas ainda era possível perceber o medo que tomava seu coração.

Eu me xinguei por isso internamente.

-- Imagino que sente falta de cavalgar, Você amava fazer isso. - comentou.

-- Sim, eu sinto falta - disse a ela e tomei seus dedos entre os meus.

Suas mãos tremiam quando toquei, e aquilo me quebrou um pouco mais. O receio de que eu fosse embora outra vez deixava minha mãe completamente fora dos trilhos.

E ela estava certa em se sentir tão apavorada. Eu era uma bomba autodestrutiva que poderia explodir a qualquer momento.

Aproximei-me mais dela e toquei sua testa com meus lábios.

-- Vai ficar tudo bem. Eu volto logo!

Caminhei na direção dos estábulos onde alguns funcionários escovavam e alimentavam os cavalos.

Ao notar minha presença, um homem jovem e alto se aproximou, me analisando com cautela e estendeu a mão.

-- Oi, sou o Jorge, peão aqui da fazenda. Posso ajudar em algo?

Concordei com a cabeça nada surpreso por ninguém ali me conhecer ou se lembrar de mim estando com aquela aparência.

-- Oi, Jorge! - cumprimentei o homem com um aperto de mão e me apresentei.

O Melhor Amigo do meu Pai      -  Jeon Jungkook Onde histórias criam vida. Descubra agora