■ 23 - Pingo nos is ■

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SN BATISTA

Terminei de escovar os cabelos e fechei os olhos, tentando não me preocupar com a situação, não ainda.

Arrumei minhas coisas no lugar e saí do quarto, trancando a porta às minhas costas.

Quando cheguei à cozinha, minha mãe estava colocando a mesa do jantar. Contudo, foi seu olhar confuso para mim, em seguida na direção da sala que me fez ligar as antenas da desconfiança, então me virei para onde meu pai estava.

Meu coração quase saiu pela boca quando notei a presença de Jungkook sentado no sofá ao lado do meu pai.
Os olhos escuros estavam fixos em mim.

O homem se levantou de repente, quando eu o olhei de volta completamente paralisada. Ele me olhou de cima para baixo e seu olhar se fixou em um ponto específico do meu corpo.

Precisei baixar a cabeça para seguir sua análise, e então compreendi que Jungkook examinava minha barriga com a máxima atenção.

Quando voltou a erguer a cabeça, ele sorriu para mim, parecia fascinado.
E então minha ficha caiu por terra.

Ele sabia do bebê... Mas como?

Olhei para meu pai que continuava atento ao noticiário, sem se importar com a nossa presença. Em dias normais, ele estaria conversando com Jungkook sobre a fazenda ou qualquer outro assunto de homens. Mas naquele momento, tudo estava muito claro para mim.

Meu pai havia dito tudo a ele, era o mais lógico, e o pior é que eu não fazia ideia em que momento ele soube do que havia acontecido entre mim e seu amigo.
Será que eu era assim tão transparente?

Completamente mortificada, eu o chamei.

-- Pai? - Respirei o ar com força, tentei não parecer uma garotinha assustada, pronta para fugir no primeiro sinal de perigo.

Meu pai ergueu o olhar sério, olhou de mim e para Jungkook e voltou sua atenção para a tela da tv.

Jungkook deu alguns passos em minha direção, o olhar se desviando do meu rosto até minha barriga a todo instante.

-- Podemos conversar um momento?

Eu queria fugir dele, fingir que nem sequer o conhecia, mas aquele não era o caminho. Tudo tinha que ser posto em pratos limpos, tudo tinha que ser resolvido, pois agora não éramos dois, e sim três.

-- Eu vou pegar um casaco. - informei e não esperei por uma resposta.

Alguns minutos depois retornei para a sala bem agasalhada em uma blusa de frio. Segui para a porta sem encarar o homem que havia me engravidado.

Pelo barulho das passadas atrás de mim, eu soube que ele estava me seguindo porta afora.

A noite estava fria, eu me vi andando naquela escuridão, fazendo o percurso que nos levaria até os estábulos.

Primeiro porque imaginei que seria um local distante o suficiente de ouvidos e olhos curiosos para se ter uma conversa como aquela, e depois porque estava necessitada de uma cobertura sobre minha cabeça para aplacar o frio.

Jungkook não disse nada enquanto caminhávamos pela noite sem estrelas.

Eu estava vivendo um pesadelo, no qual fazia de tudo para acordar mas não tinha sucesso. A cada passada, sentia a respiração ofegante, o coração acelerado demais.

Eu nem sabia com que coragem olharia na cara de Jungkook ou da minha família outra vez, agora que todos tinham conhecimento sobre tudo.

-- Sn, espere por favor... - Ele pediu atrás de mim.

O Melhor Amigo do meu Pai      -  Jeon Jungkook Onde histórias criam vida. Descubra agora