■ 01 - RAIVA ■

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SN BATISTA

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Terminei de dobrar as camisas que estavam sobre a cama e troquei o celular de uma orelha para a outra enquanto falava com minha mãe.

📱 Querida, não faz sentido você continuar na fazenda dos Jeon's com seu pai. Seria melhor se viesse para Corumbá, aqui poderia trabalhar comigo na loja, conhecer algum rapaz legal.

Pela segunda vez nos últimos cinco minutos, respirei fundo para respondê-la. Amava minha mãe, mas sua insistência me sufocava de uma forma extenuante.

Desde que ela e meu pai se separaram há quatro meses, minha mãe se mudou para Corumbá com minhas duas irmãs mais novas, eu decidi permanecer com meu pai no pequeno vilarejo de Lagoa Comprida, local onde nasci e me criei.

Uma semana depois, nos mudamos de vez para uma das casas de funcionários da fazenda da família Jeon. Meu pai era o capataz ali desde sempre, já eu me ocupava ajudando na arrumação do casarão.

📱 Já tomei minha decisão, mãe. Eu gosto daqui e não me vejo morando na cidade. Além disso, tem o papai. - Expliquei a ela e coloquei o celular no viva voz em cima da cama, para que eu pudesse guardar a pilha de roupas dobradas no armário.

Minha mãe suspirou do outro lado da linha. Aquela conversa estava tomando um rumo exaustivo e ela sabia disso. Era sempre a mesma coisa, sempre a mesma batida de tecla.

📱 Eu me preocupo com você, meu amor, com seu bem-estar. Seria mais fácil para você aqui do lado de sua mãe e das suas irmãs. As meninas sentem tanto sua falta... E os homens daqui são de outro nível.

Revirei os olhos e deixei o serviço que fazia de lado, sentei-me no colchão macio pegando o aparelho outra vez.

Também sentia falta da mamãe e das minhas irmãs. Queria abraçá-las e poder voltar no tempo quando éramos uma família unida e feliz.

No entanto, eu sentia que meu lugar era aqui, não estava pronta para ir embora.

Tinha meu pai aqui sozinho, os amigos que cresceram comigo, meu trabalho voluntário nas quintas e sextas na escolinha do vilarejo.

Além disso, ainda não havia perdoado minha mãe pelo que havia feito. Eu estava errada, sabia disso, mas não tinha maturidade suficiente para esquecer a mágoa assim tão fácil e engolir o fato de que ela havia abandonado meu pai por pura futilidade.

📱 Como elas estão? - Perguntei por minhas irmãs um pouco chorosa, mudando o rumo da conversa.

📱 Todas bem. Estão na escola agora.

📱 Venham me visitar. Não vejo a hora de ver vocês. - Pedi com sinceridade.

📱 Eu também, filha, eu também. - Suspirando, eu me despedi, precisava voltar ao trabalho.

📱 Bom, mãe. Preciso desligar agora, tenho muito serviço para fazer.

📱 Tudo bem, filha, a gente se fala em breve.

Desliguei a chamada após nos despedirmos e voltei minha atenção para a pilha de roupas que ainda estava sobre a cama para ser dobrada e guardada. Eram roupas antigas de Jungkook, de quando o homem ainda morava na fazenda.

O Melhor Amigo do meu Pai      -  Jeon Jungkook Onde histórias criam vida. Descubra agora