■ 14 - DIA CHUVOSO ■

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SN BATISTA

Meses mais tarde...

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As semanas passaram e minha rotina continuou a mesma. Acordava cedo para ir à fazenda arrumar e limpar os cômodos, às vezes almoçava no casarão, em outras ocasiões, preferia ir para casa.

No período da tarde retornava a sede para ajudar Berenice no que fosse necessário, e à noite jantava com meu pai após ele chegar do trabalho, isso quando ele resolvia chegar cedo.

Aos domingos, ia à missa com Berenice e dona Lúcia. Geralmente era o filho mais velho de Berenice que nos levava até o vilarejo. Às quintas e sextas à tarde eu lia historinhas para as crianças que estudavam na única escola da cidade.

Minha relação com Jungkook permaneceu distante. Eu quase não o via pela casa, e os momentos que tinha o desprazer de encontrá-lo, pouco nos falamos.

Ele estava levando a sério a promessa que fez sobre ficarmos longe um do outro, e eu também não fazia a mínima questão de me aproximar.

Estava tudo caminhando muito bem assim.

Naquela sexta, enquanto terminava de ler Uma Casa na Grande Floresta para as crianças da escolinha, observei que o céu estava escuro e trovoadas iluminavam o céu vez ou outra.

O tempo havia mudado, e aquele era o indício de que uma forte chuva estava se aproximando. Fechei o livro tão querido por mim, com coração quentinho dentro do peito ao reler aquela história tão linda.

Olhei para as crianças que estavam sentadas e bem comportadas no chão, os olhinhos brilhando, encantadas com a história.

   –– Conta mais tia Sn. Quero saber tudo sobre Laura e o Jack, e sua família morando na casinha de troncos na floresta.

Sorri com a empolgação da sonhadora menina, mas eu precisava ir, do contrário iria ficar ensopada até a alma.

  –– Semana que vem, Tereza. Irei contar a história do segundo livro para vocês, quando Laura e sua família vão morar na pradaria.

   –– Ohhhh! - As crianças disseram em uníssono, admiradas com as aventuras da pequena Laura e seu cachorrinho Jack.

Guardei meu material de trabalho em um armário ali na minúscula sala de aula. Me despedi da professora e das crianças, e segui meu caminho carregando apenas uma pequena bolsa com alguns pertences.

Geralmente eu ia a cavalo para o vilarejo, mas como meu pai iria comprar alguns suprimentos naquela tarde, peguei carona com ele na velha picape.

Ficamos combinados de que ele me buscaria no final da tarde, porém, tudo indicava que iria chover, por isso decidi não esperar por ele e fui andando.

Não demorou muito para caírem as primeiras gotas de chuva. Eu já havia saído do povoado a alguns minutos, e caminhava apressada pela estrada de chão esburacada, rodeada de pastos e matas.

Os pingos grossos começaram a cair mais depressa, doía na pele.

Cruzei os braços um no outro, pois o vento soprava forte, trazendo consigo um friozinho intenso.

O Melhor Amigo do meu Pai      -  Jeon Jungkook Onde histórias criam vida. Descubra agora