■ 11 - CIÚMES ■

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JEON JUNGKOOK

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3 meses depois...
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Os dias passavam lentamente ali naquele pedaço de chão isolado do restante do mundo. Durante este tempo, conheci o administrador da fazenda, um homem bem educado e de excelentes recomendações que vinha ali uma vez na semana.

Com o passar do tempo, comecei a fazer um acompanhamento mais minucioso das finanças. Passava horas trancado no escritório buscando entender como tudo funcionava dentro dos negócios da família.

Quando não estava no escritório, passava o tempo na cozinha me empanturrando com as gostosuras que Berenice preparava ou ajudando os peões nas tarefas do dia a dia com o gado...

Estava ganhando peso rápido. Quando me olhava no espelho, podia notar as diferenças sutis no rosto. A palidez já não existia.

Eu tentava ao máximo não ver Sn pela fazenda, e ela também parecia querer me evitar a todo custo. No entanto, era difícil não notar sua presença constante no casarão, principalmente quando eu entrava no quarto morto de cansaço após um dia exaustivo de trabalho, e encontrava tudo limpo e organizado.

As roupas lavadas e dobradas no armário, os lençóis da cama trocados, um jarro de água com flores em cima da mesa de cabeceira.

E quando eu fechava os olhos deitado na cama para descansar, quase podia ver a garota trabalhando incansavelmente pela casa. Quase podia sentir o cheiro dela sobre mim, a voz doce em meu ouvido.

Tentei me policiar sobre aquela merda, era absurdo o fato de ficar tão deslumbrado por uma garota que eu mal conhecia, nem sequer havíamos tido uma conversa decente.

A única explicação para todo aquele meu descontrole era o tempo que havia passado sem fazer sexo.

O trabalho árduo com o gado impedia que meus pensamentos voassem tanto, e era por isso que vinha acordando cedo todos os dias, pegando no batente até não conseguir ficar mais de pé de tão exausto.

As conversas animadas que tinha com Joaquim após o expediente também ajudavam, meu amigo e eu sempre estávamos pela fazenda conversando e jantando juntos. Ele era um lembrete constante do porquê eu não poderia me aproximar de Sn.

Com todo esse emaranhado de tarefas a serem cumpridas, ainda me designei a função de amansar um belo cavalo pantaneiro que havia adquirido recentemente, um garanhão de pelagem negra e porte imponente.

Era uma manhã de sábado, o dia decisivo para eu saber se o animal já estava apto o suficiente para ser montado por outras pessoas. Iria fazer o teste com um dos peões que trabalhava na fazenda, e por isso saí da cama logo cedo.

Tomei meu café de pé na cozinha mesmo, acompanhado. Quando terminei, peguei o chapéu para me proteger do sol quente que surgiria em algumas horas, e segui na direção dos estábulos.

O animal já estava preso no redondel quando cheguei, uma espécie de curral em formato de círculo. O peão que o montaria naquela manhã, segurava o cabresto preso ao animal, e já estava a postos à minha espera para começar.

-- Preparado, Samuel? - perguntei ao rapaz alto e magro que faria o teste com o cavalo.

-- Mais que preparado, patrão. Vai ser moleza. - comentou cheio de si.

-- Muito bem, veremos então.

Enquanto Samuel se preparava para montar, selei o cavalo e corrigi todas as fivelas para ter certeza de que seria seguro. De repente, ouvi alguns risos e conversas que vinham do piquete ao lado do estábulo.

Reconheci a voz de Sn quase que imediatamente.

A garota parecia feliz conversando com alguém, no entanto, não conseguia identificar o teor da conversa.

Ignorei aquilo por um tempo, embora tenha sentido que meu sangue esquentava, mas tentei focar no serviço que tinha a fazer.

Com cuidado, o rapaz conseguiu montar o cavalo enquanto eu segurava a rédea e falava baixinho com o animal.

Entreguei a corda nas mãos do peão e fiquei observando de longe.

Notei quando Sn apareceu em meu campo de visão com os cabelos soltos, montada em uma égua branca.

Ela usava uma calça de montaria colada a seu corpo, uma blusa roxa que delineava sua cintura e seus seios lindos.

Ao seu lado estava Jorge, também montado em um dos cavalos da fazenda. Ele a olhava como se quisesse devorá-la, e os dois seguiram na direção do pasto livre para cavalgar.

A garota virou-se na direção do peão e falou algo que não consegui ouvir naquela distância. Os dois sorriam, sem se importar se estavam sendo observados por alguém.

Desviei minha atenção de ambos, sentindo meu corpo ferver de ira. Aquilo não era da minha conta, ela era uma garota livre, poderia fazer o que bem entendesse da sua vida.

Repeti essa última frase um milhão de vezes na minha cabeça.

Fechei os punhos quando um incômodo idiota me atingiu por dentro. Quis matar aquele peão quando ela sorriu para ele, e ele a olhou como se Sn fosse um pedaço de carne suculenta.

Irritado comigo mesmo por me importar, voltei a focar no meu trabalho. Samuel estava se saindo bem, tinha o pulso firme, sabia como controlar o animal.

O cavalo se mantinha tranquilo em um trote lento, não dando qualquer sinal de que iria estourar.

Olhei mais uma vez na direção em que Sn havia ido e meu sangue ferveu ao imaginar as merdas que aquele rapaz tentaria fazer com ela.

Tentaria beijá-la, tocar seu corpo?

Só de pensar em outro homem tocando ela com intimidade ou beijando os lábios que eu tanto queria senti meu coração disparar dentro do peito, minha testa suou de raiva, não conseguia pensar racionalmente.

Lutei, ignorei, tentei de todas as formas não dar importância aquilo. No entanto, fui vencido por algo que nem eu mesmo conseguia explicar, eu só sabia que precisava acabar com toda aquela palhaçada antes que fosse tarde demais.

Quis justificar que protegeria a garota em nome da amizade que tinha com seu pai, mas estava mentindo.

Eu iria atrás dela porque era a merda de um homem egoísta, e se eu não poderia ter aquela garota para mim, nenhum outro homem iria ter também...

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Fala tropinha na paz?✌🏻

GB📝

O Melhor Amigo do meu Pai      -  Jeon Jungkook Onde histórias criam vida. Descubra agora