■ 04 - QUEM É VOCÊ? ■

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SN BATISTA


Acordei cedo como de costume naquele domingo. Eu me levantei da cama para preparar e tomar o café da manhã antes de ir à missa, imaginando que papai já tivesse saído para verificar os animais e fazer uma vistoria pela fazenda como fazia todos os dias.

Arrumei a cama em tempo recorde, usei o banheiro e desci rapidamente, sentindo o frescor da manhã tomar conta dos meus pulmões.

Encontrei meu pai na cozinha passando o café, aproximei-me e lhe dei um beijo no rosto.

-- Bom dia, pai. Pensei que já tivesse saído. - falei enquanto me afastava e caminhei na direção dos armários para pôr a mesa.

-- Bom dia. Acho que dormi demais. - disse ele com um sorriso no rosto.

-- Isso é novidade aqui em casa. - brinquei.

Já que ele costumava sair de casa por volta das cinco horas da manhã todos os dias. Às vezes, às quatro horas, quando era necessário transferir o gado de uma região para outra.

Peguei duas xícaras, dois pratos e o bolo de chocolate que havia feito no dia anterior depois que saí do trabalho, e arrumei tudo sobre a mesa.

Fiz o mesmo com a garrafa de café que papai havia deixado sobre a pia enquanto ele verificava o arroz carreteiro no fogo para o desjejum.

Comemos em silêncio. Eu me servi de um pedaço de bolo e uma xícara de café, e papai devorou um belo prato de arroz carreteiro e dois ovos fritos.

Era o que ele costumava comer todas as manhãs para aguentar o serviço do dia...

Assim que ele saiu, lavei a louça e fiz uma faxina básica na casa. Com a ausência de minha mãe e irmãs, agora éramos somente nós dois, um cuidando do outro da melhor maneira possível.

Ao terminar, corri para tomar um banho e me arrumei para ir à missa no vilarejo.

Coloquei um vestido soltinho de cor vermelha com pequenas bolinhas brancas e calcei meu par de sapatilhas mais confortável.

Deixei meus cabelos soltos e alinhei os fios com o auxílio de uma escova.
Passei na casa de Berenice, pois costumávamos ir juntas para a Igreja.

Geralmente seu filho mais velho nos dava uma carona. No entanto, não havia ninguém.

O casarão também estava silencioso, e por isso segui andando sozinha. Pediria carona a algum conhecido que eu encontrasse pelo caminho.

O vilarejo ficava próximo da fazenda, cerca de cinco ou seis km de distância, mas era uma distância considerável para uma caminhada.

Não demorou muito e um carro se aproximou de onde eu estava.

Reconheci de imediato um dos peões da fazenda. Era Jorge, dirigindo uma picape vermelha caindo aos pedaços.

-- Oi Sn, está indo pra missa? - Ele parou do meu lado tirou o chapéu para me cumprimentar e eu assenti com um aceno de cabeça.

-- Quer uma carona moça? Também estou indo para o vilarejo.

Jorge era um homem bonito e forte, de pele morena e ombros largos, ele arrancava suspiros de quase todas as mulheres da região.

No entanto, o homem não fazia muito o meu tipo. Era sem-vergonha demais para o meu gosto e vivia de namorico para todos os lados com as moças dali, por esse motivo eu nunca levava o que ele dizia a sério.

O Melhor Amigo do meu Pai      -  Jeon Jungkook Onde histórias criam vida. Descubra agora