12.

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Na casa dos Paige, a tensão estava no ar.

Ava e Thomas estavam na sala de estar, observando algumas fotos de Hong Kong no laptop. Thomas parecia desanimado, sua expressão refletindo a confusão e o conflito interno que sentia. Ava, por outro lado, estava ao telefone, lidando com assuntos de negócios.

— Acho que meu pai não me deixará ir — comentou Thomas, suspirando profundamente.

Ava lançou um olhar breve para ele antes de finalizar a ligação. — Sim. Sim. Apenas aplique todo o saldo. Obrigada. — Desligando o celular, ela pousou a mão sobre a de Thomas. — Escute, querido. Deixe que eu me preocupe com seu pai, está bem? Ele te roubou de mim uma vez, e não fará isso de novo.

Thomas a olhou, confuso com a revelação. — Roubou?

Antes que Ava pudesse responder, Vince entrou na sala de estar, sua expressão uma mistura de cansaço e frustração.

— Oi — cumprimentou ele, sua voz tensa.

— Oi — respondeu Ava, com um sorriso enigmático. — Mary ligou para você. Ela é sua namorada agora?

Vince soltou um suspiro irônico. — Tom, posso falar com sua mãe, por favor?

Thomas odiava ouvir isso, porque sabia que uma briga estava por vir.

— Thomas. Thomas, está tudo bem — disse Ava, tentando tranquilizá-lo.

Ele se levantou do sofá e foi em direção ao corredor, mas parou perto da porta, escutando sem ser visto. Vince riu, cheio de escárnio, enquanto Thomas se esgueirava para ouvir melhor.

— Você sabe que ele está ouvindo, não é? — perguntou Vince, com os olhos estreitos.

Ava sorriu vitoriosa. — Claro que sei.

Thomas estava surpreso e intrigado. Será que seu pai estava realmente tendo encontros com Mary?

— Mary é uma amiga — esclareceu Vince, sua voz firme. — E você não vai levar o Thomas para Hong Kong. Não vai levá-lo para lugar nenhum.

Ava ficou furiosa com a declaração. — Vince, ele tem o direito de escolher onde e com quem quer viver.

— Não! — exclamou Vince, exaltado. — Ele é um garoto! Nós somos os adultos. Nós dizemos o que é melhor para ele, não o contrário.

Thomas sentiu a raiva crescer dentro de si. Ele não gostava de ser tratado como se sua opinião não importasse.

— Mas ele quer ir comigo — afirmou Ava, com um tom de desdém.

— Você tem que ir embora — disse Vince, seu controle a ponto de se romper. — Hoje à noite. Antes que cause mais problemas.

Ava o olhou, espantada. — Mas Thomas não quer que eu vá.

— Essa casa não é dele — exclamou Vince, exasperado.

Essa foi a gota d'água para Thomas. Ele entrou na sala novamente, seu rosto decidido.

— É, sim — disse Thomas com convicção. — E ela é minha mãe.

Vince suspirou, tentando manter a calma. — Volte para o seu quarto.

— Não, pai. Você não vai amedrontá-la mais — afirmou Thomas, seu olhar firme.

— Amedrontar? — Vince riu, sem humor, voltando-se para Ava. Ela sorria maliciosamente.

— Você não vai ganhar desta vez, Vince — disse Ava, tranquila. — Não o deixarei ganhar.

— Você me teve por tempo suficiente — disse Thomas, olhando para seu pai. — Quero ficar com ela, e ela quer ficar comigo. Sei o que você fez, e não pode fazer de novo.

Coffee, Chaos and OthersOnde histórias criam vida. Descubra agora