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Mais tempo se passou e cada um estava em sua própria atividade. Minho mexia em seu notebook, Newt estava concentrado em rabiscos em seu caderno, e Thomas continuava imerso em sua bolha de leitura e música. A biblioteca estava silenciosa, exceto pelo ocasional som do vento soprando lá fora, intensificando a sensação de isolamento.

De repente, Minho exclamou: — A internet caiu.

Newt levantou os olhos do caderno, enquanto Thomas, sem fazer contato visual, ouviu a notícia com um leve sorriso no rosto.

— Você tá vivo! — ironizou Newt, lançando um sorriso sarcástico na direção de Minho.

Thomas não conseguiu deixar de sorrir um pouco com o comentário.

Minho revirou os olhos. — Sério, o que vamos fazer agora?

— Estamos em uma biblioteca, lembra? — disse Thomas, finalmente voltando sua atenção para eles.

Minho riu com desdém. — Ler? Sério?

— As pessoas fazem isso há séculos — zombou Thomas. Newt riu, ainda rabiscando no papel.

— É, porque não existia internet naquela época — retrucou Minho, brincando.

Thomas revirou os olhos. — Então, você acha que Shakespeare não teria escrito Romeu e Julieta se tivesse internet?

— Não, ele teria escrito. Mas todos teriam esperado que fizessem um filme e o transmitissem online — respondeu Minho, rindo.

Newt não pôde deixar de rir também. — Até a tempestade passar, parece que estamos isolados, Minho.

— Sério? Não é O Senhor das Moscas. É uma tempestade de gelo. — Thomas riu, o que fez Newt e Minho olharem para ele surpresos.

Ele piscou para Newt, deixando-o levemente confuso. O humor de Thomas era instável, mudava rapidamente, o que lembrava Newt de sua irmã quando estava de TPM.

Ele se levantou de onde estava e começou a andar pelos corredores da biblioteca pública novamente.

— E sobraram dois — disse Minho, sorrindo divertido.

Newt não pôde deixar de rir.

Minho suspirou, fechando seu notebook. — Bom, sem internet, parece que só temos livros e conversa. O que você tá rabiscando aí?

Newt olhou para seu caderno e mostrou a Minho seus desenhos e esboços. — Apenas rascunhos. Coisas que me vêm à mente.

Minho examinou os rabiscos. — Você é bom nisso, sabia?

— Valeu — respondeu Newt, um pouco tímido. — É só um passatempo.

Os dois amigos continuaram conversando, falando sobre escola, planos para o futuro e seus interesses. O tempo passou mais rápido do que esperavam enquanto se envolviam na conversa. A biblioteca, com suas estantes silenciosas e a luz suave filtrada pelas janelas, parecia um refúgio seguro do mundo lá fora.

Eventualmente, a fome começou a incomodá-los. Newt percebeu o ronco de seu estômago e, olhando para Minho, percebeu que ele também estava começando a sentir os efeitos do jejum.

— Acho que precisamos comer — disse Newt, abrindo sua mochila e despejando o conteúdo na mesa. Infelizmente, não havia muita coisa.

— O que tem aí? — perguntou Minho, olhando para os itens espalhados. Sua barriga roncava audivelmente, fazendo ambos rirem.

Newt suspirou, frustrado. — Cadernos, escova de dente, chicletes, uma caixa de balas e metade de uma barra de chocolate.

Minho encolheu os ombros, igualmente frustrado.

Coffee, Chaos and OthersOnde histórias criam vida. Descubra agora