Na manhã seguinte, a tempestade havia cessado, mas a cidade ainda estava coberta de neve e o chão permanecia escorregadio.
Vince e Mary caminhavam pela vizinhança, aproveitando um momento de tranquilidade após o tumulto do dia anterior. Mary tinha passado o dia cuidando de pessoas que se acidentaram na tempestade, enquanto Vince lidava com as emergências na delegacia.
— Foi errado gostar daquilo? — murmurou Mary, seus pensamentos refletindo na voz baixa. Vince sorriu suavemente, notando sua preocupação.
— Da correria dos casos emergenciais? — perguntou ele, com um tom de compreensão. — Sentia falta disso? — Vince a olhou de lado, sinceramente curioso.
— Foi por isso que eu virei médica — Mary deu de ombros, um leve sorriso nos lábios.
— Você parecia à vontade no hospital — comentou Vince, observando-a.
— Eu triunfo no caos — ela admitiu, apesar de sentir uma pontada de culpa. — Isso não pode ser bom, certo?
Vince riu, balançando a cabeça.
— Foi bom para aquelas pessoas.
— Bem, você as trouxe até mim — disse Mary, retribuindo o sorriso.
Eles continuaram a caminhar, a conversa fluindo naturalmente entre eles.
— Preciso fazer uma pergunta — disse Vince de repente, quebrando o silêncio.
Mary olhou para ele, curiosa, com uma sobrancelha arqueada.
— Por que não trabalha em uma cidade que tenha um hospital, onde possa fazer esse trabalho que você, obviamente, ama?
Mary suspirou, seus olhos perdidos por um momento nas lembranças.
— Bem, sou mãe solteira — explicou ela. — Prefiro priorizar meus filhos.
Caminharam tanto que, antes que se dessem conta, já estavam diante da casa dos Cooper.
— Trabalhar com emergências em um hospital não é bom para minha família. Não é bom para os meus filhos — acrescentou Mary, sua voz suave e afetuosa. — Quer entrar? Aceita um chá?
— Pensei que nunca ofereceria — brincou Vince, sorrindo.
Mary sorriu enquanto ia até a porta e a abria. Ambos entraram na casa, que estava quente e acolhedora, um contraste agradável com o frio lá fora.
Assim que entraram, Mary se dirigiu à sala de estar, onde encontrou alguém sentado em uma poltrona, esperando.
— Sua filha me deixou entrar — disse a figura, levantando-se lentamente. — Estou atrasada, mas espero que minha consulta ainda valha.
Mary ficou surpresa, mas manteve a compostura. Vince, logo atrás dela, ficou espantado ao ver a pessoa à sua frente.
— Ava? — perguntou Mary, reconhecendo a mulher.
— Ava Paige — confirmou a mulher.
— Minha ex-esposa — comentou Vince, a tensão evidente em sua voz.
— Olá, Vince.
A presença inesperada de Ava foi uma surpresa para todos. Quando Thomas viu sua mãe, seus olhos brilharam de felicidade e espanto, uma emoção que ele raramente mostrava.
À noite, todos jantaram juntos. A refeição estava deliciosa, como sempre, pois Vince sabia preparar uma boa comida.
— Estou satisfeita — disse Ava, terminando de comer. — Obrigada. Vou voltar para a pousada. Estou cansada.
— Por que não fica aqui? — sugeriu Thomas, esperançoso.
— Sua mãe gosta de privacidade — comentou Vince, desejando que Ava fosse embora.
— Estarei bem perto daqui, filho. Não se preocupe — disse ela, sorrindo para Thomas.
Thomas desviou o olhar de sua mãe por um instante e olhou para Vince. — Pai, eu quase nunca vejo a mamãe... — comentou ele, com um olhar suplicante. — Ela pode ficar?
Ava olhou para Vince, um sorriso abrindo-se em seus lábios.
— Uma noite. Por que não? — disse, dando de ombros, apesar de sentir-se levemente frustrado com a situação.
— Vai me ver antes de ir dormir, não é? — perguntou Thomas à mãe, radiante de alegria.
— Pode deixar, filho — respondeu Ava, sorrindo.
— Ótimo — agradeceu.
Thomas, que também havia terminado de comer, levantou-se e saiu da mesa, indo em direção ao seu quarto, deixando apenas Vince e Ava na cozinha.
— Que jogo é esse? — Vince perguntou abruptamente.
— Meu Deus, eu só vim visitar o Thomas — respondeu Ava, com uma risada sarcástica. — Não posso mais pegar um táxi e atravessar a cidade agora que se mudaram para cá.
Vince riu, mas sem humor.
— Tenho uma passagem em aberto para Hong Kong, só me esperam no final da semana, e isso é o melhor que consigo fazer.
— No fim da semana?
— Aqui é meio longe de Upper West Side, Vince — comentou Ava, como se fosse óbvio.
— Eu gosto daqui — disse Vince, tomando o resto do vinho em sua taça.
— Gosta? — perguntou Ava, quase retoricamente.
— Só passe tempo com o Thomas e me deixe em paz, está bem?
Ava riu. — Você é sem graça.
— Boa noite, Ava — despediu-se Vince.
— Boa noite, Vince — disse ela, enquanto se retirava da mesa.
Enquanto Vince limpava a cozinha, ele refletia sobre o impacto da visita de Ava em Thomas.
Ele sabia que a presença dela era importante para o filho, mas temia as consequências emocionais que isso poderia trazer. Thomas sempre ficava animado quando via a mãe, mas a decepção quando ela partia era inevitável.
Mais tarde, enquanto Vince se preparava para dormir, ouviu risadas vindas do quarto de Thomas.
Ele caminhou até a porta e espiou, vendo mãe e filho juntos, rindo e conversando como se nenhum tempo tivesse passado desde a última vez que se viram. O coração de Vince se apertou, dividido entre o alívio de ver Thomas feliz e a preocupação com a dor que poderia vir depois.
Ele voltou para o seu quarto, tentando acalmar a mente.
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Coffee, Chaos and Others
Fanfiction𝐂𝐎𝐅𝐅𝐄𝐄, 𝐂𝐇𝐀𝐎𝐒 𝐀𝐍𝐃 𝐎𝐓𝐇𝐄𝐑𝐒 ɴᴇᴡᴛᴍᴀꜱ livro único, +12 Thomas se muda para Willow Creek, uma cidade tranquila e misteriosa. Lá, ele conhece Newt, um jovem cativante com segredos profundos. 🎞️ [A história se desenrola em uma série...