Coffee, Chaos and Others

13.

Ava decidiu ver de perto como era o trabalho de Vince naquela nova cidade. Apesar de não estar nada satisfeito com a ideia, Vince sabia que não havia muito o que pudesse fazer para impedi-la.

— Uau — exclamou Ava, enquanto caminhava pelos corredores da delegacia. — Eu ainda não acredito que você trocou Nova York por isso aqui.

— Troquei sim. E gosto daqui — respondeu Vince, indiferente, enquanto revisava alguns documentos e seguia ao lado de Ava. — Vamos direto ao ponto, o que você realmente quer aqui?

— Já pensou que eu posso querer uma chance de ser uma mãe de verdade para o Thomas? — perguntou Ava, sincera.

— Uma mãe de verdade não tentaria afastar o filho de um pai que o criou durante toda a vida — rebateu Vince, parando de repente e encarando-a seriamente.

Ava sorriu com um ar desafiador e estendeu a mão, entregando um cartão a Vince. Ele o pegou, embora com evidente relutância.

— É uma das melhores advogadas do país, e ela acredita que eu posso ganhar — disse Ava, com um tom desdenhoso. Vince olhou para o cartão antes de revirar os olhos. — Com guarda total ou não, Thomas não quer morar com você. E isso será levado em consideração pelo juiz.

— Se fizer isso, vai magoar o Thomas profundamente — afirmou Vince, com um olhar firme e feroz.

— Ainda não iniciei o processo — disse Ava, pretensiosa. — Conversei com a advogada e ela sugeriu que eu tentasse te convencer primeiro.

Vince riu, com ironia.

— Se Thomas ficar magoado ou não, isso será consequência das suas ações, não das minhas — afirmou ela, antes de se retirar da delegacia, deixando Vince incrédulo e se perguntando sobre os próximos passos a tomar.

Mais tarde, naquele dia, Vince estava de volta em sua casa, desfrutando de um bom café preto na cozinha enquanto lia um livro de receitas. O aroma do café preenchia o ar, proporcionando um raro momento de tranquilidade em meio ao caos que sua vida se tornara.

Após alguns minutos, Ava entrou de repente no cômodo, determinada como sempre. Seu semblante era sério, mas um sorriso malicioso pairava nos lábios.

— Vince, minha advogada quer saber quem vai te representar — questionou Ava, sem rodeios. — Não podemos atrasar isso...

Vince manteve a calma, tomando um gole de sua xícara de café antes de responder.

— Não tenho representante algum — afirmou ele, com uma serenidade que parecia desconcertante para Ava.

Ela ficou parcialmente incrédula, sua expressão revelando uma mistura de surpresa e desconfiança.

— Porque não vou brigar com você — continuou Vince, suspirando pesadamente. A tensão era palpável, mas ele parecia determinado a manter a paz.

— Como é? — perguntou ela, confusa, tentando entender o que Vince realmente queria dizer.