1.

124 11 38
                                    

O crepúsculo se desvanecia lentamente sobre a pequena cidade de Willow Creek, lançando sombras dançantes sobre suas ruas tranquilas e casas pitorescas. O silêncio da noite pairava no ar, interrompido apenas pelo suave sussurro dos ventos que sopravam através das árvores antigas.

No final de uma estrada sinuosa, um carro desacelerou, suas luzes piscando fracamente sob o véu da escuridão. Era um veículo grande, com uma aura de poder e modernidade. À frente, a placa de boas-vindas da cidade brilhava fraca sob a luz lunar, anunciando a chegada à cidade de Willow Creek.

Dentro do carro, Thomas observava com curiosidade a paisagem serena que se desdobrava diante de seus olhos. Seu pai, Vince, dirigia com uma expressão determinada, mas seus olhos cansados revelavam a tensão da jornada.

— Chegamos — murmurou Vince, enquanto o carro diminuía a velocidade ao se aproximar de uma enorme casa de madeira, erguida à beira de uma floresta densa.

Thomas olhou pela janela, um tanto indiferente.

Vince estacionou o carro e os dois saíram, o ar fresco da noite envolvendo-os enquanto eles se aproximavam da porta da frente. Mas quando Vince tentou abrir o cadeado que protegia a chave da casa, uma frustração crescente se apoderou dele.

— Não está abrindo — disse, sua voz carregada de decepção.

— Parece um sinal — comentou Thomas, um toque de ironia em suas palavras.

— Eu não acredito em sinais.

Thomas franziu a testa, observando seu pai com uma mistura de tédio e curiosidade.

— Devíamos voltar para Nova York — ele sugeriu, sua voz carregada de desânimo enquanto avançava para examinar o cadeado.

Vince suspirou, passando uma mão pelos cabelos loiros. — Essa é nossa nova casa, acostume-se. Parece que teremos que encontrar outra maneira de entrar.

— Acho que não quero morar aqui — Thomas murmurou, sua resistência ainda evidente.

— Assim que eu conseguir dar um jeito nessa tranca, eu vou te explicar a diferença entre querer e poder — retrucou Vince, determinação endurecendo sua voz enquanto ele se voltava novamente para o cadeado.

Antes que Vince pudesse ponderar sobre chamar o corretor, uma figura surgiu das sombras, movendo-se silenciosamente em direção a eles. Uma mulher de cabelos escuros e olhos penetrantes emergiu da escuridão, uma aura de tranquilidade e mistério envolvendo-a.

— Boa noite — sua voz era suave, mas firme, interrompendo a tensão que pairava no ar. — Vejo que estão com dificuldades. Posso ajudá-los?

Vince e Thomas trocaram olhares surpresos, eles quase não à escutaram chegando.

A mulher observava a interação com serenidade, como se entendesse as nuances por trás das palavras não ditas. Um brilho de compreensão passou por seus olhos enquanto ela oferecia sua ajuda mais uma vez.

— Posso ter uma ideia de como resolver isso. Sou a vizinha de vocês, Mary Cooper — ela se apresentou, estendendo a mão em direção a eles.

— Só se você for chaveiro — disse Vince, brincalhão.

— Bem, não sou chaveiro profissional, mas posso dar uma olhada e ver se consigo ajudar de alguma forma — respondeu ela, aceitando a brincadeira.

Vince soltou uma risada e concordou: — Acho que o corretor deu a senha errada.

Mary balançou a cabeça com um sorriso. — Duvido. Jorge é muito cuidadoso.

— Ainda assim, aqui estamos nós — Vince comentou, olhando de volta para o cadeado com uma expressão de frustração.

Coffee, Chaos and OthersOnde histórias criam vida. Descubra agora