5.

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Era noite em Willow Creek, e a tranquilidade reinava enquanto todos estavam em suas casas, desfrutando do aconchego do lar. Na casa dos Cooper, a família estava reunida na sala de jantar, terminando a refeição. O ambiente era acolhedor, com a luz suave criando uma atmosfera íntima e familiar.

Newt, no entanto, estava perdido em seu próprio mundo. Ele mexia no celular, a frustração evidente em sua expressão. Seus dedos deslizavam pela tela com uma urgência que refletia seu estado de espírito. Sonya, sua irmã mais nova, o observava atentamente enquanto comia, sua curiosidade aguçada pela atitude incomum de Newt.

— O que está acontecendo, Newt? — perguntou Sonya, finalmente quebrando o silêncio. Sua voz era suave, mas carregava uma preocupação genuína.

Newt suspirou, colocando o celular de lado por um momento. Ele olhou para a irmã, tentando decidir se deveria compartilhar seus pensamentos. Seu sorriso carregava uma mistura peculiar de raiva e ironia enquanto ele relatava a situação.

— Gally me implorou para fazermos trabalho de história juntos. Deveríamos começar esta noite, mas ele furou comigo — disse Newt, balançando a cabeça em descrença.

Mary entrou na sala de jantar e ergueu os olhos em direção ao filho, um brilho travesso dançando em seu olhar enquanto ela se aproximava da mesa.

— Suborna ele — sugeriu Mary, sua voz soando cheia de humor, enquanto piscava para Newt de maneira cúmplice.

Newt soltou uma risada, uma mistura de sarcasmo e indignação.

— Como se fosse funcionar. Eu deveria dar um soco nele, isso sim — comentou Newt, sua voz tingida com uma pitada de humor negro enquanto ele se imaginava resolvendo o problema de forma mais direta.

O humor leve da conversa foi contagiante, e tanto Mary quanto Sonya não puderam conter seus sorrisos descontraídos diante das observações irônicas de Newt.

— Isso é só um mecanismo de defesa — disse Mary, em um tom calmo e ponderado, seu olhar transmitindo uma mistura de sabedoria e ternura enquanto ela se sentava à mesa ao lado de Newt.

— Mãe — murmurou Newt, um lampejo de frustração cruzando seu rosto. — Até parece que não conhece o Gally. Ele gosta é de tirar vantagem dos outros, não sei porque concordei com isso.

Mary riu suavemente, um sorriso compreensivo brincando em seus lábios.

— Certo — concordou ela, enquanto observava Newt com carinho. — Quando você fica irritado, não temos muita escolha a não ser deixar passar.

Ela então pegou algo do bolso de sua calça e estendeu para Newt, um objeto que despertou sua curiosidade.

— Para você — disse ela, oferecendo-lhe uma bússola.

— Era do papai — disse Sonya, ao reconhecer o objeto.

Mary assentiu, seu semblante se tornando mais contemplativo.

— De quando era escoteiro. Encontrei em uma caixa no sótão. Tenho o pressentimento de que é para você.

Newt pegou a bússola, sentindo o peso e a textura do objeto antigo em suas mãos, antes de voltar o olhar para sua mãe, os olhos cheios de questionamentos.

— Papai tinha oito anos quando usou isso — disse ele, com um tom de surpresa em sua voz. — Eu tenho quase dezessete.

O olhar de Mary suavizou-se em uma expressão de afeto e compreensão.

— Seu pai sempre dizia que nunca se sentia perdido quando estava com essa bússola.

A declaração de sua mãe trouxe uma pausa ao turbilhão de pensamentos de Newt, mas ele ainda estava confuso.

Coffee, Chaos and OthersOnde histórias criam vida. Descubra agora