Black - o filho do primo Josh *SAGA FASE 2*

Capítulo 37 - Been washed in black

Lilly's POV continuação...

Bom, depois que fui solta e houve toda essa repercussão, a minha vida deu um giro e tanto. Fui procurada por jornalistas e a nossa Associação agora era uma ONG de respeito e ganhou visibilidade. Muitas pessoas, principalmente jovens, se achegaram a nós tanto para pedir ajuda quanto para se voluntariar e tivemos que procurar um espaço maior para operar visto que precisávamos de lugar para guardar as doações que eram muitas, até elas serem encaminhadas ao destino certo.

Eddie ficou um pouco incomodado com o assédio porque ao mesmo tempo que a Vitalogy foi ganhando destaque, a banda dele também foi já que a vendagem do Ten estava embalando a cada semana. Claro que ele estava contente com a notoriedade do talento de todos, mas ele começou a se incomodar mais quando passamos a  ser reconhecidos em lugares públicos e fomos aos poucos perdendo a nossa privacidade.

Eu estava cada vez mais ocupada tanto com a Vitalogy quanto com o trabalho na produtora e Eddie não estava diferente. Nas minhas horas fora da produtora, eu estava cheia de compromissos com a ONG, atendendo solicitações, recrutando voluntários, delegando funções, ou estava atendendo alguém da imprensa. Eddie continuava divulgando o álbum com os companheiros de banda, dando entrevistas, descolando novos shows ou trabalhando novas músicas. Estávamos tão ocupados que, por vezes, ficávamos dias inteiros sem nos ver, só nos encontrando no fim de noite. 

Contudo, houve um dia que a agenda dele nem estava com tanto compromisso assim, mas deu meia noite e nada do meu namorado aparecer. Comecei a ficar preocupada ligando para todos nossos amigos. O que eu deixei por último foi Stone. Apesar deles estarem trabalhando juntos e em paz, não voltaram a velha amizade e tudo que faziam era pela banda e nada mais. No entanto, foi Stone quem me tranquilizou dizendo que Eddie estava com ele e que estavam empolgados indo ao galpão trabalhar numa nova música, mas que eu não me preocupasse que ele viria pra casa o quanto antes. Em questão de vinte minutos depois, Eddie chegou e eu ainda estava acordada. Notei que meu namorado estava com cara de esgotado:

- Nossa, amor! Que cara! Parece que passou um trator em cima de você. - eu fiz o comentário enquanto Eddie colocava um caderno no aparador se jogava em cima da cama levando um dos braços a testa e suspirando alto com os olhos cerrados.

- Acho que a sensação que eu sinto é essa mesmo: a de um trator que passou me rasgando.

- Credo, amor! Quer que eu te faça uma massagem relaxante? - eu disse me jogando por cima dele e o enchendo de beijos. 

Apesar de estar muito cansado como quem tivesse trabalhado o dia todo, Eddie não tinha cheiro de suor, mas realmente parecia exausto. Mas, parecia mais uma exaustão mental do que física. Enquanto eu o beijava, ele apenas me abraçou com um dos braços e assim permaneceu me acariciando no que o outro braço permanecia sobre a cabeça.

- Isso é bom! - ele aceitava meus carinhos dando alguns gemidinhos, mas quando tentei tirar sua roupa ele se esquivou e me pediu pra parar.

- O que foi?

- Amor, não leva a mal, mas hoje estou bem mais cansado do que os outros dias...

- Tudo bem.... 

Achei estranho, mas resolvi não insistir. Cansaço nunca havia sido problema pra gente e já fazia uns quatro dias que a gente não fazia amor justamente pelos desencontros de horários. Impossível negar que aquela situação não me incomodava. Procurei evitar, mas a verdade é que eu me senti rejeitada. Eu não consigo disfarçar muito tempo, mostro logo minha chateação. Quando ele percebeu que não gostei, me convidou pra tomar um banho com ele, e eu disse que quem estava cansada era eu... cansada de ter ficado esperando.