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(Ye-Jin)

Depois de uma semana internada, finalmente recebo alta para voltar para casa. Hoseok está assinando os papéis enquanto eu espero. O hospital, com seus corredores brancos e frios, me deu a sensação de estar presa em um limbo. Voltar para casa é um alívio, mas também me enche de ansiedade. Ainda não consigo lembrar de nada, e a ideia de retornar a um lugar que deveria ser familiar, mas que para mim é completamente estranho, é assustadora.

Assino os papéis de alta, sentindo uma mistura de alívio e preocupação. Voltar para casa significa que Ye-Jin estará em um ambiente mais confortável, mas também traz a responsabilidade de cuidar dela em um lugar que guarda tantas memórias dolorosas. Respiro fundo, tentando me preparar para o que está por vir.

- Pronto, Ye-Jin. Vamos para casa - digo, tentando manter a voz calma e encorajadora.

Olho para Hoseok, tentando encontrar algum conforto em seu rosto. Ele tem sido tão paciente e atencioso, mesmo que eu ainda não consiga me lembrar dele ou do nosso relacionamento. Apenas assinto, levantando-me lentamente da cadeira de rodas em que estou sentada.

- Tudo bem - respondo, minha voz suave e incerta.

Saímos do hospital e vamos para o carro. Ajudo Ye-Jin a entrar e me certifico de que está confortável antes de entrar no carro. Durante o trajeto, tento manter uma conversa leve, contando pequenas coisas sobre nosso bairro, nossa casa, tentando dar-lhe alguma sensação de normalidade.

- Lembra que mencionei que temos um cachorro chamado Choco? Ele vai ficar tão feliz em te ver - Hoseok diz sorrindo.

- Choco... - repito, tentando imaginar o cachorro que Hoseok menciona. - Parece um bom nome para um cachorro.

A ideia de ter um cachorro me traz um pouco de conforto. Animais são bons em proporcionar amor e conforto incondicional, e talvez isso ajude a tornar a transição um pouco mais fácil.

- Vai ficar tudo bem, Ye-Jin. Vamos dar um passo de cada vez.

Entramos na casa. Choco corre até nós, abanando o rabo com entusiasmo. Vejo um pequeno sorriso se formar no rosto de Ye-Jin ao ver o cachorro, e isso me dá esperança.

Choco é adorável. Ajoelho-me para acariciá-lo, e ele imediatamente começa a lamber minhas mãos. Sinto uma sensação de calor e conforto com ele. Pelo menos, aqui está algo que parece genuinamente bom.
- Oi, Choco - digo, minha voz um pouco mais firme. - Acho que você e eu vamos nos dar bem.

(Hoseok)
Observo a interação entre Ye-Jin e Choco, sentindo um pouco de alívio. Este é um pequeno passo, mas é um começo. Vou mostrar-lhe a casa aos poucos, não quero sobrecarregá-la.

- Vamos subir e eu te mostro seu quarto, ok? - digo, tentando manter o tom leve.

Sigo Hoseok pela casa, tentando absorver tudo. Nada parece familiar, mas estou determinada a fazer o meu melhor para me ajustar. O quarto que ele me mostra é confortável e acolhedor, e isso me faz sentir um pouco mais à vontade.

- Obrigada, Hoseok - digo, olhando para ele com sinceridade. - Por estar aqui para mim.

Sorrio, sentindo uma onda de emoções. - Sempre, Ye-Jin. Estou aqui para o que você precisar. Vamos superar isso juntos - Se precisar de algo, estarei na sala - digo, enquanto me afasto para dar-lhe algum espaço.

Desço as escadas, preocupado, mas esperançoso. Sei que a recuperação de Ye-Jin não será fácil, mas estou determinado a fazer o que for preciso. Sento no sofá e respiro fundo, tentando me acalmar. Enquanto Ye-Jin descansa, vou para a sala e pego meu telefone. Min-Ji me mandou várias mensagens, preocupada, mas eu não tenho forças para responder agora. Decido ligar para os pais de Ye-Jin, informando que ela já está em casa e que ela está bem dentro do possível.

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