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(Hoseok)

Estou preso em um engarrafamento, sem meu telefone porque a bateria acabou e não tinha um maldito cabo para carregar o telefone no carro. Estou no meio da rodovia sem comunicação com Ye-Jin. Espero que esteja tudo bem porque ainda vou demorar pelo menos duas horas até chegar em casa.

A frustração e o desespero se misturam enquanto olho para a fila interminável de carros à minha frente. Tento lembrar de todas as vezes que Ye-Jin precisou de mim e estive lá, mas agora, preso aqui, sinto-me impotente. Cada minuto parece uma eternidade enquanto minha mente corre com pensamentos de preocupação.

- Droga - murmuro, batendo no volante. - Preciso chegar em casa logo.

A ansiedade me corrói por dentro. Tento me acalmar, mas os pensamentos sobre Ye-Jin e o bebê não me deixam em paz. E se algo estiver errado? E se ela precisar de mim agora? A culpa por não estar presente quando ela pode precisar me consome.

Olho ao redor, tentando encontrar uma saída, mas o trânsito está completamente parado. Fecho os olhos por um momento, respirando fundo e tentando me acalmar. Sei que me preocupar não vai mudar a situação, mas a sensação de impotência é esmagadora.

Enquanto o tempo passa, fico cada vez mais inquieto. A única coisa que posso fazer é esperar e torcer para que Ye-Jin esteja bem. Mal posso esperar para sair deste engarrafamento e voltar para casa. Assim que o trânsito começar a fluir, prometo a mim mesmo que nunca mais ficarei sem um carregador de telefone no carro

Finalmente, depois do que parece uma eternidade, o trânsito começa a se mover lentamente. Tento manter a calma, mas a ansiedade de chegar em casa o mais rápido possível é esmagadora. Quando finalmente consigo sair do engarrafamento, acelero o máximo que posso, meu coração batendo forte no peito.

Quando finalmente chego em casa, corro para dentro, temendo o pior. Encontro a casa vazia, o silêncio ensurdecedor. Corro até o sofá e vejo manchas de sangue, e meu coração praticamente para. Conecto o celular em um carregador e, enquanto ele liga, minha mente corre com os piores cenários possíveis.

Quando o celular finalmente liga, vejo diversas ligações perdidas de Soon-Jo, Soo-Ji, e nenhuma ligação da Ye-Jin. Um nó se forma no meu estômago enquanto ligo de volta para Soon-Jo.

- Hoseok! - Soon-Jo atende quase imediatamente, sua voz cheia de urgência. - Onde você está? Ye-Jin está no hospital. Houve complicações. Venha rápido.

Sem perder tempo, corro de volta para o carro e dirijo o mais rápido que posso em direção ao hospital. Cada segundo parece uma eternidade, e meu coração bate descompassado com a preocupação. Tento manter a calma, mas a visão das manchas de sangue continua a assombrar minha mente.

Quando chego ao hospital, corro até a recepção e informo sobre Ye-Jin. Eles me direcionam para a sala de espera da emergência. Ao chegar lá, vejo Soon-Jo. Ele chora e está coberto de sangue. Sua expressão é igual à minha: puro desespero e medo.

- Hoseok... - ele começa, mas sua voz falha.

- O que aconteceu? Como ela está? - pergunto, tentando controlar o pânico.

- Eles... eles estão cuidando dela agora - Soon-Jo responde, sua voz quebrada. - Foi muito sangue, Hoseok. Achei que... Achei que íamos perdê-la.

Sinto minhas pernas fraquejarem e me apoio na parede para não cair. A visão de Soon-Jo coberto de sangue, o sangue de Ye-Jin, é devastadora.

A espera é agonizante. Cada segundo parece uma eternidade enquanto Soon-Jo e eu aguardamos qualquer notícia dos médicos. Finalmente, um deles aparece, seu rosto sério.

- Quem é o acompanhante de Ye-Jin? - ele pergunta, e eu me levanto imediatamente.

- Sou eu - respondo com urgência. - Como ela está?

- Sou o Dr. Kim. A situação da paciente é extremamente crítica, mas conseguimos estabilizá-la - ele diz, olhando diretamente nos meus olhos. - Houve uma hemorragia severa, mas a equipe médica conseguiu controlá-la por enquanto. No entanto, preciso ser sincero com o senhor, não sabemos ainda se conseguiremos salvar ambos.

As palavras do Dr. Kim me atingem como um golpe. Sinto o chão desaparecer sob meus pés e tenho que me segurar na parede para não cair. Soon-Jo, ao meu lado, parece igualmente devastado.

- O que quer dizer com isso? - pergunto, a voz trêmula. - O que podemos fazer?

- Vamos fazer tudo o que for possível para estabilizar Ye-Jin e o bebê - Dr. Kim responde, com uma expressão séria. - Mas é uma situação delicada. Precisamos que você esteja preparado para qualquer eventualidade e se precisar escolher.

Sinto um nó se formar na garganta e as lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto. Olho para Soon-Jo, que também está chorando, mas tenta se manter forte.

- Posso vê-la? - pergunto, tentando manter a voz firme.

- Por enquanto, não. A situação é grave, mas eu o mantenho informado - diz Dr. Kim.

As palavras do médico me deixam impotente, e a espera se torna insuportável. Soon-Jo e eu nos sentamos na sala de espera, o silêncio entre nós preenchido apenas pelos nossos pensamentos angustiados. Cada segundo parece uma eternidade.

Enquanto aguardamos, tento me preparar mentalmente para qualquer notícia que possa vir. A ideia de ter que escolher entre Ye-Jin e nosso bebê é inimaginável, mas sei que preciso estar forte, tanto para ela quanto para o nosso futuro.

Finalmente, após o que parece uma eternidade, Dr. Kim retorna à sala de espera. Ele nos olha com seriedade, mas há uma leve esperança em seus olhos.

- Conseguimos estabilizar Ye-Jin - diz ele, e sinto um alívio temporário lavar sobre mim. - No entanto, o estado dela ainda é crítico. Vamos monitorá-la de perto nas próximas horas. Quanto ao bebê, também está estável por enquanto, mas precisamos continuar observando.

- Posso vê-la agora? - pergunto, a voz ainda trêmula.

- Sim, mas apenas por alguns minutos - responde Dr. Kim. – Ela está sedada e entubada, então não vai poder ficar muito tempo.

Acompanho o médico até o quarto de Ye-Jin, meu coração pesado de medo e preocupação. Quando entro na UTI, vejo-a deitada na cama, pálida e frágil, cheia de tubos respirando. A cena é devastadora, e sinto meu coração se partir.

- Conseguimos estabilizar Ye-Jin um pouco mais - diz o Dr. Kim, com uma expressão séria. - Ela ainda está em estado crítico, mas estamos monitorando de perto. Quanto ao bebê, ainda há riscos, mas estamos fazendo o possível para proteger ambos.

Aproximo-me da cama de Ye-Jin, pegando sua mão com cuidado. Sua pele está fria ao toque, e vejo o movimento frágil de sua respiração. Tento segurar as lágrimas, mas elas vêm com força.

- Vamos superar isso juntos - murmuro para mim mesmo, tentando encontrar força nas palavras. - Vamos superar isso juntos.

Fico ao lado dela, segurando sua mão, sentindo o peso da situação. O tempo parece parar enquanto estou ali, tentando transmitir a ela toda a minha força e esperança.

- Ye-Jin, eu te amo - sussurro, a voz embargada de emoção. - Estou aqui com você. Vamos lutar juntos.

A cada segundo que passo ao lado dela, sinto a determinação crescer. Mesmo diante da incerteza e do medo, sei que não vou desistir. 

Finalmente, os médicos me pedem para sair e deixá-la descansar. Saio do quarto com um peso no coração, mas determinado a continuar lutando. Ao voltar para a sala de espera, vejo Soon-Jo, que me encara com uma mistura de preocupação e esperança.

- Como ela está? - ele pergunta, a voz baixa.

- Estável, por enquanto - respondo, tentando manter a voz firme. - Ainda há riscos, mas os médicos estão fazendo tudo o que podem.

Soon-Jo coloca uma mão no meu ombro, oferecendo algum consolo.

- Ye-Jin é forte, e nós também somos.

Agradeço a Soon-Jo por seu apoio e tento encontrar conforto na presença dele. A batalha está longe de terminar, mas sei que não estou sozinho. Juntos, vamos lutar pela recuperação de Ye-Jin e pelo nosso futuro

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