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(Ye-Jin)

Na manhã seguinte, acordo com a luz do sol entrando pelas cortinas do meu quarto. Ainda me sinto desorientada, mas a sensação de estar em um lugar familiar, mesmo que não me lembre, é reconfortante. Levanto-me devagar, tentando lembrar das instruções do médico para não fazer movimentos bruscos.

Desço as escadas e encontro Hoseok na cozinha, já ocupado preparando o café da manhã. Ele parece concentrado, mas levanta o olhar e sorri quando me vê.

- Bom dia, Ye-Jin. Como você está se sentindo hoje?

- Um pouco melhor, acho. Obrigada - respondo, sentindo-me um pouco mais confiante. - Posso ajudar com alguma coisa?

- Claro, pode me ajudar a colocar a mesa? - digo, tentando incluir Ye-Jin nas tarefas cotidianas para que ela se sinta mais à vontade. - Hoje temos torradas, ovos e suco de laranja. Espero que goste.

- Ela sorri e começa a pegar os pratos e talheres. Vejo que está se esforçando para se ajustar, e isso me dá esperança de que estamos no caminho certo.

Enquanto ajudo a colocar a mesa, olho ao redor da cozinha, tentando absorver os detalhes. Cada pequeno gesto de Hoseok, cada palavra, me faz sentir um pouco mais segura. Sentamos para tomar o café da manhã e, entre um gole de suco e uma mordida de torrada, decido perguntar mais sobre nossa vida.

- Hoseok, pode me contar mais sobre nosso dia a dia? O que costumávamos fazer?

Suspiro levemente, tentando lembrar dos momentos bons para compartilhar.

- Claro. Normalmente, íamos trabalhar juntos na produtora. Às vezes, almoçávamos no mesmo restaurante, pois é onde geralmente tratamos de negócios.  - Vejo um brilho de interesse nos olhos dela, e isso me encoraja a continuar.

- Os finais de semana não costumávamos a passar juntos, cada um tinha sua programação, assim como retornar do trabalho fazíamos separadamente, você geralmente volta com o motorista da empresa. Tínhamos nossos desafios, como qualquer casal, mas sempre tentávamos encontrar tempo para conversar e resolver as coisas.

Sinto que Hoseok está ocultando alguma coisa do dia a dia, mas tenho medo de saber o que seria. Passamos a manhã explorando a casa, cada lugar traz uma pequena centelha de familiaridade, e sinto que estou começando a me conectar com nossa vida.

- Obrigada por ser tão paciente comigo, Hoseok - digo, olhando para ele com gratidão. - Eu sei que não deve ser fácil.

- Você não precisa me agradecer, Ye-Jin. Estou aqui para você, sempre - respondo, segurando sua mão.

Ele sugere que andemos pelo bairro para que eu conheça alguns pontos que costumava passar e o parque onde levo Choco diariamente para uma caminhada. Hoseok compartilha mais sobre nossa rotina, sinto que algo está faltando. Há uma sensação de que ele está ocultando alguma coisa, algo importante sobre o nosso dia a dia. Tento afastar essa sensação, mas ela continua me incomodando.

- Vamos para casa agora? - pergunto, observando sua expressão. Ye-Jin parece pensativa, talvez até um pouco preocupada.

- Sim, vamos - respondo, tentando manter a voz tranquila. Conforme caminhamos de volta para casa, decido que preciso perguntar diretamente.

Quando finalmente chegamos em casa e estamos de volta à cozinha, tomo coragem e falo.

- Hoseok, posso te perguntar uma coisa? - começo, tentando manter minha voz firme.

- Claro, Ye-Jin. Pergunte o que quiser - digo, sentindo uma pontada de ansiedade.

- Sinto que há algo que você não está me contando sobre nosso dia a dia. Algo importante. Pode ser só uma sensação minha, mas... preciso saber. Por favor, seja honesto comigo.

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