Tempo.

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Ela precisou de tempo até perceber que não era a prioridade, precisou de tempo pra se adaptar a nova realidade. Precisou de tempo pra se despedir de sua dignidade.

Ela não parou por ali.

Durante meses pensou que seria legal tentar, chamou pra sair, chamou pra comer, chamou pra andar. E mesmo depois de todas suas tentativas de fazer parte daquela vida, ele ainda preferia sozinho ficar.

Ela deu tempo a ele, pensando que com isso ele pudesse quem sabe pensar, em querer sair, em querer comer, em querer andar. E mesmo depois de tanto tempo, ele ainda preferia sozinho ficar.

Ele tentou fazer algumas mudanças, mandar cartas algumas vezes no mês, chama-la de querida algumas vezes também, mas nada disso era o que ela queria.

Ela queria fazer parte daquela vida.

Ela precisou de tempo pra entender que não era bem vinda, ela precisou de tempo pra planejar sua saída, ela precisou de tempo para chorar.

Ele a viu chorar.

Ele queria abraçar, mas seu tempo não foi compatível com o dela e quando descobriu que nome aquele sentimento levava, ela já tinha partido de lá.

Ele queria abraça-la, mas precisou de tanto tempo pra perceber isso, que quando pôde, ali ela já não mais estava.

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