Oliver
Quinze anos. Fazia quinze anos desde a última vez que Oliver acordou ao lado de Matthew. O desespero tomou conta dele quando viu Matthew dormindo em seu peito, a visão chocante de uma manhã que prometia ser qualquer coisa, menos tranquila.
O que havia acontecido na noite anterior?
A memória da noite chegou em flashes desordenados, uma colagem confusa de imagens e sensações: beber demais, dançar até se sentirem exaustos, o calor de Matthew tocando suas costas enquanto ele vomitava, a tatuagem que escolheram juntos, a dança embriagada e o pedido constrangedor para que ele ficasse. Oliver olhou para seu pulso, onde o contorno delicado da tatuagem ainda estava visível, uma marca definitiva de que nada daquilo havia sido apenas uma ilusão.
— Bom dia. — Matthew disse, mexendo-se em seu peito e levantando o rosto para olhar para Oliver, os olhos ainda pesados de sono e uma expressão que misturava desconforto e diversão.
— Desculpa. — Foi a primeira palavra que saiu da boca de Oliver, sua voz rouca e cansada, o que fez Matthew rir com uma leveza que contrastava com o caos interno de Oliver.
— Nossa, você está acabado! — Matthew comentou com uma voz arrastada, claramente se divertindo com a situação, enquanto observava Oliver com um olhar de simpatia. Ele mesmo não estava em muito melhor estado; seus cabelos negros caíam desordenados sobre seus olhos, e seu rosto estava pálido, com olheiras evidentes.
— Minha cabeça está me matando. — Oliver disse, apoiando as mãos na cabeça enquanto tentava se ajustar para sentar na cama. O movimento fez sua cabeça girar um pouco, amplificando a dor pulsante que sentia.
— Eu também. Eu tô velho demais para isso, Olie. — Matthew respondeu, sua voz arrastada e cheia de cansaço, um sorriso fraco nos lábios enquanto ele se espreguiçava na cama.
— Eu vou levantar e fazer um café para a gente. — Oliver disse, tentando se animar com a perspectiva de um pouco de cafeína.
— Você teria uma escova de dente para me emprestar? — Matthew perguntou, sentindo a necessidade urgente de se livrar do gosto amargo na boca.
— Sim, sim. No balcão tem um pacote fechado, pode usar. Vou fazer nosso café. Aspirina? — Oliver perguntou, enquanto se levantava com dificuldade, tentando se equilibrar na cama.
— Não, não, por enquanto só o café. — Matthew respondeu, levantando-se lentamente.
Oliver se dirigiu à cozinha com passos cuidadosos, o piso frio ajudando a aliviar um pouco a sensação de vertigem. Mesmo para im dia nublado, a luz do sol que entrava pelas janelas parecia mais brilhante do que nunca, aumentando sua dor de cabeça. Ele abriu o armário e retirou o pó de café, os gestos automáticos sendo uma pequena ajuda para desviar a mente da dor. Enquanto a água esquentava e o aroma do café começava a se espalhar pela casa, ele tentou se concentrar em algo simples e reconfortante.
Do banheiro, Matthew volto e, ao ver Oliver na cozinha, tentou um sorriso mais encorajador. Sua expressão era uma mistura de cansaço e um esforço para parecer animado.
— Achei que eu poderia te ajudar com o café. — Matthew disse, aproximando-se e começando a organizar as xícaras e o açúcar.
— Não precisa, eu já estou quase lá. — Oliver respondeu, agradecendo mentalmente pela oferta, mas preferindo manter as coisas simples. Ele começou a preparar as xícaras, colocando a quantidade certa de café e açúcar, sem muita precisão, mas com um cuidado que parecia quase reconfortante.
— Então, sobre ontem à noite... — Matthew começou, tentando abordar o tema de forma casual, enquanto observava Oliver com um olhar curioso, misturado com um pouco de apreensão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nosso primeiro amor.
RomanceSe alguém pedisse para que eu descrevesse minha vida, ela seria dividida entre antes e depois. Antes de nos separarem. Depois que eu te reencontrei. ❌ EM ANDAMENTO ⚠️ ARTE VISUAL DA CAPA NÃO AUTORAL ☢️ TEMAS SENSÍVEIS +18