Noites de sábado.

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Matthew

Matthew pegou seu telefone e fez uma chamada de vídeo. A tela piscou por um momento antes de o rosto familiar do amigo aparecer, com um sorriso aliviado e um olhar preocupado.

— Matt! — exclamou o amigo, visivelmente aliviado. — Eu juro que prometi ao Dylan que, se você não desse sinal de vida até o final da semana, eu ia ter que aparecer aí na sua casa.

— Foi mal, Brian! — Matthew começou, um pouco envergonhado. Acima de tudo, eles eram amigos bastante presentes na vida um do outro, e nos últimos meses, Matthew estava tão imerso em seus momentos com Oliver e em seus próprios problemas que todo o resto havia sido esquecido. — Eu só precisava do número da psicóloga do Dylan. Você mencionou que ela era incrível...

— Sério? — O sorriso nos lábios de Brian foi quase tão largo quanto o do dia do seu casamento. — Meu Deus, Matt! Eu tô tão feliz. Você finalmente decidiu fazer terapia? — O amigo perguntou, com a felicidade clara na voz. — Eu vou te passar o número agora mesmo. É ótimo ver você buscando ajuda.

— É, eu acho que já passou da hora, né? — Matthew riu sem graça. — Acho que não custa nada tentar pelo menos uma vez. Na pior das hipóteses, eu posso jogar na cara de todos vocês a perda de tempo que foi.

— Pois eu não vejo a hora de jogar na sua cara quanto tempo você perdeu para começar. —Brian falou brincalhão antes de assumir uma postura mais séria.  — Mas aconteceu alguma coisa? Você sumiu e volta querendo um psicólogo. Não me leve a mal eu estou super mega ultra feliz que você vai fazer isso, mas você sabe que pode conversar comigo também, né? Qualquer coisa mesmo.

— Não sei se diria que aconteceu alguma coisa, é só que desde que eu visitei minha antiga casa, eu tenho tido esses sentimentos... e bom, eles são um pouco difíceis de lidar.

— O que você tem sentido?

— Eu não sei explicar, Brian... Mas, sobretudo, eu sinto que não estou no controle de mim mesmo, sabe? Eu falei com Mathias também sobre isso, para ele me receitar alguma medicação. Ele me disse que isso seria só um paliativo... enfim, acho que se todo mundo que é importante pra mim diz que eu devo buscar ajuda, eu talvez deva ouvir.

— Matt, a última coisa que eu quero é te desestimular, mas só para você ir alinhado com a realidade, terapia é um processo, ok? O primeiro passo é estar disposto e se abrir a ele. O Dylan está há anos e ainda hoje faz sessões de manutenção para ajudar com a perda da mãe dele. Eu me preocupo com você e quero que você realmente dê uma chance ao processo. Até mesmo se você não gostar dessa profissional, não desista. Terapia é quase um relacionamento, se trata de achar o encaixe certo para você.

— Ah, droga. Um relacionamento? A única coisa em que eu não sou bom.

— Nem vem, Matt. Você foi o melhor namorado do mundo.

— Você pode chamar seu marido e repetir isso mais uma vez?

— Eu vou negar até a morte. — Brian respondeu brincalhão. Matthew se repreendeu por ter passado tantos dias sem falar com o amigo.

— E você, como vão as coisas? Como anda sua pesquisa? Sinto que faz anos que a gente não se fala.

— E de quem é a culpa? — Brian indagou. — Tudo vai bem. Eu estou exausto, mas... — Brian se interrompeu bruscamente e arregalou os olhos. — Matt, calma, não surta, mas acabei de ver um vulto passando atrás de você.

— Ah, — Matthew olhou para trás, vendo que Jujuba tinha ido até seu pote de água na cozinha. — Eu adotei um cachorro.

— Como assim? Desde quando?

Nosso primeiro amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora