Indifference - Fingirei ser livre *SAGA FASE 3*

Capítulo 33 - Um sonho

Lilly's POV:

Eu não consegui acreditar quando vi a figura de Eddie na sala de massagens. Quando eu me dei conta de quem era aquela voz máscula eu fiquei tão feliz e surpresa que nem me questionei por que ele estava ali e como sabia que me encontraria.

Ele ficou com o semblante ainda mais infantil quando cortou os cabelos nos ombros por pura impaciência em penteá-los. Eu o vi com aquela camisa de manga curta florida com fundo bege e uma calça preta falando comigo sorrindo demarcando aquelas bochechas que eu amava. Minha vontade era ligar o botão do dane-se pra tudo e essa vontade foi só aumentando conforme fomos conversando e ele me dizendo o motivo pelo qual estava ali.

Claro que só podia ser meu pai. Desde aquele jantar lá em casa eu sabia que ele andava desconfiado de alguma coisa. Quando Josh Vedder me enche de perguntas é porque, no mínimo, já sabe a resposta. Só não imaginei que ele mandaria fechar um spa pra mim no intuito de que eu conversasse com Eddie uma última vez. Meu pai sabia o quanto a gente se amava e sua experiência com a tia Karen só fazia que ele se agoniasse vendo nós dois batendo cabeça quando poderíamos estar sendo felizes juntos.

Nem nos meus melhores sonhos dos últimos dias eu poderia imaginar que reencontraria Eddie naquelas circunstâncias. Eu fui tão surpreendida que não me contive e corri pra abraçá-lo. Foi um impulso maior do que eu, não pude evitar. E sentir o calor dos braços dele me fazia sentir tão segura, tão confortável, que minha vontade era nunca mais sair dali e ir embora para um universo paralelo onde nunca mais eu tivesse que encarar Zach. Mas, quem disse que eu pensava em Zach ou alguma coisa relacionada a ele naquele momento?

Eu só queria aquele abraço... Como eu precisava sentir aquele abraço... aquele cheiro!

Poderíamos ficar ali sem que Eddie me enchesse de perguntas sobre coisas que eu fosse obrigada a mentir pra ele. Eu sabia que de nada adiantaria. Ele me conhece. Ele sabe o meu manual de instruções e percebe rapidamente quando algo está fora do lugar. Sabe quando estou escondendo alguma coisa, quando falto com a verdade, quando disfarço...

Quando ele pegou nas minhas mãos e me propôs desistir de tudo e voltar com ele pra Seattle, eu morri por dentro. Minha vontade era dar um SIM enorme como se ele houvesse me pedido em casamento. Eu queria ir imediatamente pra minha casa e arrumar minhas malas e ir embora pra Seattle no primeiro avião disponível. Eu só queria isso... mais nada!

Eu não poderia continuar naquela conversa, me sufocaria, eu não conseguiria mentir e Eddie descobriria tudo pondo em risco tudo que eu estava tentando proteger. De todas as ameaças que Zach me fez, Eddie e Nancy eram os alvos principais. Meu noivo opressor e seu pai ditador tinham contatos com facções ilegais e perigosas e isso fazia com que ele tivesse controle de tudo ao redor da América. Por esse motivo que Zach conseguiu tão rápido provas contra Eddie através de Beth que estava em Chicago, Bruce Morris que estava em San Diego e Christine Marie da CNN com sede em New York. Um telefonema. Um simples telefonema e dinheiro era tudo que ele precisava pra colocar qualquer plano macabro em ordem. 

Uma simples produtora comprou o testemunho forjado de Beth. 

Aquela falsa... eu deveria ter desconfiado quando ela pareceu não se incomodar de que Eddie e eu estivéssemos juntos durante sua gravidez. Eu ainda não acredito que ela teve coragem de consumir drogas enquanto esperava o filho e ainda mais com a ajuda da minha irmã. Outra falsa que se aproveitou de uma situação e se introduziu na vida de Eddie. Beth provocou a doença do próprio filho e se aproveitou do quanto Eddie estava apegado a ideia de ser pai para enganá-lo. Nem ela imaginou que seu plano daria tão certo para nos separar. E agora ela tem a coragem de dizer que eu a fiz usar drogas e que Eddie agia de violência contra ela.