Indifference - Fingirei ser livre *SAGA FASE 3*

Capítulo 37 - O dia do sim - parte 2

- Dawson? Alguma notícia do meu filho?

- Nenhuma Sr Lars. Liguei no apartamento dele como o senhor pediu, mas ninguém atende.  Liguei também na zeladoria que me informou não ter visto ele sair.

- Não estou gostando nada disso.... - o homem estava muito tenso e observava tudo ao redor. Para ele parecia um dia incomum em New York. -  Dawson, está notando o movimento estranho por aqui?

- Sim, movimentado demais para um sábado. Quer que eu faça uma ronda senhor?

- Sim e me avise imediatamente caso saiba de alguma coisa adversa.

Harrison Lars, pai de Zachary estava do lado de fora do cartório afastado de todos e estranhava o fato de já ser quase 3 horas da tarde e seu filho não ter aparecido com a noiva. O deputado pediu para que seu segurança particular o encontrasse mas até o momento não havia nenhuma resposta.

Do lado de dentro do cartório estava a família de Lilly e sua funcionária June, que estavam ainda mais preocupados com a falta de notícias.

- Eu não sei o que está me deixando mais agoniado. Esse mandado de prisão que não sai ou os noivos que não aparecem. - Eddie que já tinha dado fim a um maço de cigarros inteiro estava andando pelos corredores do cartório feito uma barata tonta e a cada 10 minutos questionava o pai sobre o tal mandado de prisão.

- Deve ter acontecido algum imprevisto que justifique esse atraso.. - Josh desabafa.

- Já estou cansada de apertar a rediscagem daquele orelhão, mas ninguém atende na casa do Fred ou do Zach. - Karen Lee comenta

- Lá em casa também não tem ninguém... - Nancy complementa aflita. - Será que aconteceu alguma coisa ruim?

Karen Lee, Eddie e Josh se entreolhavam, mas evitavam dizer algo que fizesse Nancy suspeitar. Josh não permitiu que a mulher soubesse o que realmente poderia estar acontecendo com sua filha e tampouco sobre as armações de Zachary contra Eddie.

- Acalme-se, Nancy. - Josh tentou amenizar a angústia da mulher enquanto Eddie dirigiu-se ao lado de fora do cartório para tragar mais um cigarro que lhe acalmasse. - Você sabe como são noivas... Parece que se não atrasarem não fazem jus ao casamento.

- Mas, Lilly não ia fazer nada de mais e o vestido que ela irá se casar é muito simples, não requer grandes produções. Esse atraso está me incomodando, Josh!

- Vamos comigo tomar um chá, Nancy! Vai ficar tudo bem! - Karen Lee a toma pelos ombros e a leva para a sala de café.

A essa altura do campeonato, Nancy e Karen Lee já haviam feito as pazes. A esposa de Josh se aproximou da mãe de Lilly quando soube toda a verdade a respeito de Zachary e pôde ver que os filhos foram envolvidos em uma intriga.

Eddie foi para o lado de fora e atravessou a rua dando para uma praça movimentada em frente ao cartório. O lugar estava com um grande fluxo de pessoas, incluindo crianças que brincavam com os pais. Talvez a tarde ensolarada da Big Apple tenha inspirado as famílias nova-iorquinas. 

O cantor ficou parado em pé próximo a uma grande árvore e procurou estar afastado de onde houvesse crianças para que pudesse tragar seu cigarro sem prejudicar ninguém. Observou a movimentação e notou alguns homens engravatados com walkie-talkies e pareciam se comunicar com alguém. Um estava na praça e o outro na rua em frente ao cartório. Notou que um deles estava armado. O revólver aparecia por baixo do cós da calça cada vez que ele se movimentava com seu paletó aberto. 

Em dado momento, o outro rapaz juntou-se ao que estava na praça e parecia carregar sua pistola na mão. Ambos ficaram conversando quando Eddie teve sua atenção desviada para Josh que veio ter com ele.

- Filho, estou começando a me preocupar...

- O que foi agora?

- Jason me disse que precisou retirar a equipe dos arredores do cartório e ordenar que ficassem todos a paisana, pois estavam chamando a atenção.

- O que isso quer dizer?

- Quer dizer que a operação está abortada até os policiais se trocarem e, caso o mandado de prisão saia pode haver atraso na detenção, mas sinceramente, não vejo como isso pode ser feito sem que Zach e Lilly cheguem. Faltam menos de cinco minutos para às 3h da tarde e o juiz já avisou que só vai tolerar dez minutos e nem um minuto a mais.

- Ótimo, assim não haverá casamento!

- Filho, isso é o de menos agora! Estou preocupado com a Lilly que não aparece. Sua mãe e Nancy já cansaram de ligar para a casa de Fred e Zach e ninguém atende e eu não faço ideia de onde possam estar.

- Acha que Zach suspeita de alguma coisa? Ele já foi notificado que foi descoberto?

- Filho, eu não tenho essa resposta. A equipe de Jason e a polícia de New York tentaram manter o máximo de sigilo, mas é algo que não podemos controlar. Nada impede que alguém tenha feito alguma coisa como ligar para o Zach, por exemplo, pra contar sobre a investigação. Sempre pode existir um traíra e alguma informação pode vazar já que haviam muitas pessoas e empresas envolvidas. 

- Mas, será que ele suspeita que pode ser preso aqui??? Ele deve imaginar que seja apenas um processo, não teria porque fugir.

- É isso que me preocupa.... Se ele suspeitar que pode ser preso por estar agredindo a Lilly e também pela denúncia de Christine Marie, ele pode estar tentando fugir sim. E sem essa merda de mandado de prisão é mais fácil conseguir isso!

- Será que uma coisa tem relação com a outra?

- Estou quase certo disso... O pai de Zach é muito influente e se tiver vazado alguma informação de prisão do filho, ele pode tentar impedir.

- De que maneira ele faria isso?

- Por exemplo subornando o juiz que pode dar o mandado de prisão para ganhar tempo???? Lembre-se que eles tem uma viagem para a Inglaterra marcada para depois de amanhã!

- É bem provável e tudo que está me dizendo faz sentido! Mas, uma coisa eu te falo, pai: esse filho da puta está querendo ganhar tempo e deve estar apenas se escondendo e você pode ter certeza de que ele não vai conseguir o que quer! Nem que eu mesmo tenha que dar cabo dele!

- Filho, não vai ser preciso... vamos ao menos confiar na equipe de Jason.

- Confiar??? Confiar em quem se eles não estão mais aqui??? Quem garante que eles também não foram subornados e caíram fora com a desculpinha de que foram trocar de roupa??? Ora, trocar de roupa em meio a uma operação como essas??? Pelo amor de Deus, pai!

Josh ficou tentado a pensar como Eddie, mas tentou não se deixar levar e acalmar o filho.

- Eddie, é momento de ter calma... Nós não temos nada em mãos. Ao contrário, estamos de mãos amarradas e só podemos confiar e esperar...

Eddie nem lhe respondera. Enquanto Josh ainda falava, o rapaz fitava os dois homens com walkie-talkies e reparou que ambos atravessaram para o outro lado novamente sendo que um deles nem notou quando deixou cair uma pequena pistola na grama. 

- Eu vou lá ver o que a Lee quer, ela está acenando pra mim! 

Josh retorna para o cartório e Eddie discretamente vai até o local onde está a arma esquecida por um dos homens engravatados. Antes de recolhê-la observa se não é visto.