Capítulo - 05

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Cinco dias já haviam se passado desde que zarparam rumo ao Reino de Poe

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Cinco dias já haviam se passado desde que zarparam rumo ao Reino de Poe. O navio seguia cortando as ondas, com suas velas infladas pelo vento constante, enquanto o sol e a lua alternavam-se no céu, marcando a passagem do tempo. As cordas rangiam suavemente, e o aroma salgado do mar preenchia o ar.

Calcifer não conseguia se livrar da sensação inquietante que o acompanhava. Algo parecia estar seguindo o navio, mas ele não queria alarmar todos novamente, especialmente sem provas concretas. Ainda assim, sua intuição lhe dizia que havia algo nas profundezas, algo que os observava.

A bordo, o clima estava tenso, mas controlado. Os marujos iam e vinham, realizando suas tarefas diárias com eficiência, enquanto o som das ondas contra o casco do navio proporcionava um ritmo constante. As velas grandes e brancas balançavam suavemente ao sabor do vento, e o mastro principal se erguia imponente, com bandeiras coloridas que indicavam sua missão e origem.

O convés estava bem organizado. Cordas e redes estavam enroladas cuidadosamente em seus lugares, barris de provisões estavam presos para evitar rolamentos indesejados, e o cheiro de madeira envernizada misturava-se com o frescor do mar. Lanternas a óleo pendiam de ganchos estrategicamente posicionados, prontas para serem acesas ao cair da noite, quando a escuridão engolia o oceano ao redor.

— Zadiel me disse que o príncipe Pierro é mais confiável — comentou Casspion, falando sobre o quarto príncipe de Poe. Calcifer, que tinha uma opinião bem diferente, ergueu as sobrancelhas.

— Confiável? Não diria isso, considerando que para extrair a verdade dele, tiveram que usar o garoto das chamas — respondeu Calcifer, lembrando do episódio em que Pierro só revelou o que eles queriam após ser ameaçado pelo elemental de fogo do reino de Ell.

— Como eu disse, mais confiável — replicou Casspion, tentando conter um sorriso.

— Vocês, demônios dragões, são bonzinhos demais — disse o elfo, lançando um olhar irônico ao príncipe.

— E você, para um elfo de Hazop, não é traiçoeiro o suficiente — devolveu Casspion, sorrindo de lado.

— Sou a decepção do meu povo — disse Calcifer com um tom debochado, mas seu olhar se obscureceu levemente.

Casspion ficou sério, sua curiosidade transparecendo.

— Sobre o seu castigo... foi realmente severo? — perguntou, com um misto de preocupação e interesse.

— Não foi grande coisa. Quando um elfo passa pelo ritual de purificação, qualquer castigo depois não é nada — respondeu Calcifer, pensativo.

— Sinto muito por você ter passado por esse ritual tão jovem — disse o príncipe, seu tom cheio de compaixão.

— Todos sentem, mas não há como mudar um trauma. Agradeço aos deuses todos os dias por ter sido o último a passar por isso. Sou grato que meus irmãos e amigos não precisaram enfrentar aquilo — disse Calcifer, respirando fundo.

O Elfo Que Não Queria Se Apaixonar | ⚣Onde histórias criam vida. Descubra agora