Calcifer Robber sempre enfrenta seus problemas com destreza, seja nas intrigas da corte de Hazop ou nas severas punições que enfrenta. No entanto, uma única preocupação tem perturbado sua mente: o belo e imprevisível cavaleiro real de Pondores, Haza...
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Algumas coisas no mundo simplesmente não faziam sentido para Calcifer, e uma delas era a amargura de Penélope. Para ele, se ela fosse um sabor, seria como café sem açúcar – intenso, áspero e difícil de engolir. Ele tinha certeza disso, já que Penélope sempre era antipática com todos, independentemente de sua espécie. Sua presença parecia exalar uma frieza que deixava o ambiente tenso e desconfortável. O elfo se perguntava como alguém poderia carregar tanta amargura no coração e ainda assim continuar a viver em meio aos outros. A cada encontro com Penélope, Calcifer sentia como se estivesse caminhando sobre uma fina camada de gelo, prestes a quebrar a qualquer momento.
Calcifer começou a falar enquanto deixava a xícara de chá delicadamente sobre a mesa, sua expressão denotava uma mistura de cautela e curiosidade.
— Senhora Penélope, há algo que me intriga há alguns outonos — iniciou ele, escolhendo suas palavras com cuidado para não ofender.
— E o que seria? Espero que não seja nada relacionado à anatomia humana. Se acha que vou explicar algo sobre reprodução ou algo do tipo, pode esquecer — respondeu Penélope, com sua expressão caracteristicamente amarga.
— Não se preocupe, não é nada disso. Eu tenho conhecimento básico sobre o corpo humano, embora possa parecer ignorante — respondeu o elfo, sentindo um rubor subir às suas bochechas. Certamente não mencionaria que aprendera muito sobre isso quando começara a sair com Hazael.
— Então, por que é tão rude? — questionou ele, decidindo confrontar diretamente o comportamento áspero de Penélope.
— Por que não seria? O mundo é cruel, e eu simplesmente não vejo motivo para me fazer de vítima e descontar minhas frustrações nele — explicou Penélope, com uma seriedade penetrante em seu olhar. — Solidão e frustração têm o poder de amargar até mesmo os mais fortes.
Calcifer ponderou por um momento antes de responder, escolhendo suas palavras com cuidado.
— Não creio que todos reajam da mesma forma diante das adversidades. — sua voz era calma, mas firme.
Ele poderia ter muitas razões para ser rude, especialmente depois de passar pelo ritual de maioridade dos elfos quando criança. Naquele dia, ele havia se tornado um adulto aos olhos de sua sociedade, mas carregava consigo o peso daquele evento até hoje.
