Hazael havia caído no sono enquanto Reyna fazia a vigília. Seu corpo estava exausto, mas sua mente permanecia alerta, sentindo que algo de errado estava acontecendo naquela ilha misteriosa. O crepitar da fogueira e o som suave das folhas ao vento o embalavam, mas não o deixavam completamente em paz.
Ao despertar, Hazael percebeu que estava completamente sozinho na clareira. A luz do amanhecer filtrava-se por entre as árvores, criando um jogo de sombras dançantes no chão. Seu coração acelerou ao perceber a ausência de seus companheiros — Calcifer, Reyna, Minjun Zang e Casspion não estavam em lugar nenhum à vista.
Levantando-se rapidamente, Hazael ficou em guarda, sua apreensão crescente refletida na tensão de seus músculos. Com um movimento fluido, desembainhou sua espada, os olhos atentos varrendo a clareira em busca de qualquer sinal de perigo ou de seus amigos desaparecidos.
— Vossa Alteza? — chamou, sua voz ecoando pela clareira silenciosa. — Calcifer?
Avançou com passos cautelosos em direção à saída da clareira, cada movimento cuidadoso e silencioso, como se a própria floresta estivesse segurando o fôlego. O silêncio opressor era interrompido apenas pelo farfalhar das folhas sob seus pés e pelo canto distante de pássaros. Nenhuma resposta. Hazael começou a sentir a angústia crescendo dentro de si enquanto seguia pelo caminho, que agora começava a se abrir, revelando uma paisagem mais clara.
De repente, diante dele, surgiu um castelo imponente e bem familiar. Por um momento, Hazael pensou estar vendo coisas, talvez uma ilusão criada por sua mente cansada e preocupada. Mas não, aquela estrutura rústica, com suas torres antigas e paredes de pedra cobertas de musgo, era inconfundível. Era o condado Queen, sua casa, tão reconfortante quanto perturbador.
Hazael não estava entendendo nada. A perplexidade tomou conta de seus pensamentos enquanto ele atravessava o portão principal, que rangeu em protesto. O hall de entrada era vasto e frio, com paredes adornadas por tapeçarias antigas e candelabros de ferro forjado pendendo do teto alto. A atmosfera era pesada, quase sufocante, carregada de uma sensação de abandono e mistério.
No meio da, um garotinho loiro de olhos verdes estava agachado, olhando fixamente para um gato morto em suas mãos. Hazael sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Aquela cena era estranhamente familiar, como um eco distante de memórias esquecidas.
— Quem é você? — perguntou Hazael, sua voz saindo rouca e tensa, carregada de uma mistura de medo e incredulidade.
O garoto levantou os olhos lentamente, e seu olhar penetrante e vazio encontrou o de Hazael. Por um instante, tudo pareceu suspenso no tempo, uma onda de déjà vu envolveu Hazael, trazendo à tona sensações e lembranças confusas que ele preferia manter enterradas.
— Como esperado, Demetri faz o trabalho que você não fez — soou a voz fria e implacável de seu pai, Lincoln Queen, ecoando pelo hall.
Lincoln Queen era um homem imponente, de postura rígida e olhar severo, que exalava uma autoridade inquestionável e aterradora. Seu rosto estava marcado por linhas duras e uma expressão constante de desaprovação. Seus olhos, gélidos e calculistas, eram capazes de perfurar a alma de qualquer um que ousasse encará-los. Ele usava roupas nobres, mas de estilo austero, refletindo sua natureza cruel e disciplinadora.
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O Elfo Que Não Queria Se Apaixonar | ⚣
FantasiaCalcifer Robber sempre enfrenta seus problemas com destreza, seja nas intrigas da corte de Hazop ou nas severas punições que enfrenta. No entanto, uma única preocupação tem perturbado sua mente: o belo e imprevisível cavaleiro real de Pondores, Haza...