Calcifer Robber sempre enfrenta seus problemas com destreza, seja nas intrigas da corte de Hazop ou nas severas punições que enfrenta. No entanto, uma única preocupação tem perturbado sua mente: o belo e imprevisível cavaleiro real de Pondores, Haza...
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Calcifer se aproximava lentamente do Condado Queen, observando a paisagem mudar ao seu redor. As densas árvores ao longo do caminho formavam um corredor natural, onde a luz do sol filtrava-se suavemente entre as folhas, criando manchas de luz e sombra que dançavam no chão. O ar era fresco, carregado com o perfume das flores silvestres e do orvalho da manhã, mas nada disso aliviava o nervosismo que ele sentia ao visitar a família de Hazael.
Ele já havia se acostumado à ideia de que a família Queen era caótica, mas sempre que se aproximava do palacete, essa certeza ganhava força. O condado, embora incrivelmente bonito, com colinas suaves e um grande campo verdejante cercado por árvores majestosas, sempre parecia estar no centro de algum furacão invisível. E hoje, aparentemente, não seria diferente.
O palacete, uma construção imponente e ao mesmo tempo encantadora, se destacava no horizonte. Suas torres elegantes se erguiam sobre o denso mar de árvores, com janelas amplas que refletiam o brilho suave do sol da tarde. O gramado que se estendia ao redor do palacete era impecável, cortado com precisão, e cercado por flores que formavam padrões complexos. Uma beleza indiscutível, que contrastava ironicamente com o caos sempre presente.
Assim que Calcifer pisou no gramado, respirando fundo para se preparar para o que poderia ser um encontro conturbado, seus olhos captaram algo à frente. Joana e Lester. Eles estavam no meio de uma discussão feroz, gesticulando com energia enquanto trocavam palavras rápidas e ríspidas.
"Parecem dois pavões brigando..." pensou Calcifer, enquanto observava a cena se desenrolar.
Joana, com seu porte altivo, tinha as mãos na cintura e os olhos faiscando de raiva. Lester, por outro lado, parecia estar tentando manter a compostura, mas o leve rubor em seu rosto indicava que ele também não estava nada calmo.
— Fedelha, não enche o saco! — rosnou Lester, lançando um olhar feroz para sua irmã mais nova, enquanto esfregava o ombro, onde ela acabara de acertá-lo com um graveto. O som seco do impacto ainda ressoava em seus ouvidos, e ele cerrou os dentes, tentando controlar a irritação crescente.
Joana, por outro lado, não parecia nem um pouco intimidada. Seus olhos brilhavam com aquela malícia travessa que só os mais novos sabem expressar, e ela segurava o graveto como se fosse uma espada, balançando-o no ar de maneira provocadora. Ela sabia exatamente como irritar o irmão, e adorava cada segundo disso.
— Ah, qual é, Lester... — ela disse, revirando os olhos de forma exagerada. — Para alguém que estava de vagabundagem pelo mundo, você está com um péssimo humor. — Sua voz pingava sarcasmo enquanto ela cruzava os braços e o encarava como se tivesse toda a autoridade do mundo.
Lester soltou um suspiro exasperado, sentindo o calor subir ao rosto. Ele não estava "vagabundagem" pelo mundo, longe disso. Mesmo que o segredo de que ele era o líder da misteriosa Coruja da Meia-Noite estivesse a salvo — graças ao acordo que fizera com Hazael — isso não impediu seu irmão de deixá-lo de castigo por tempo indeterminado, como se fosse uma criança desobediente.
