Calcifer observava o cenário ao seu redor, absorvendo a umidade do ar e o cansaço do grupo que se acomodava ao redor do acampamento. As sombras das árvores dançavam na luz tremeluzente da fogueira, lançando um brilho suave sobre o rosto preocupado de Hazael. O loiro, com a expressão tensa e os ombros tensos, estava claramente lutando contra a exaustão e o peso de suas memórias.
— Haz, você precisa dormir um pouco — disse Calcifer, com um tom suave e acolhedor, enquanto passava a mão pelo cabelo do loiro, fazendo um cafuné calmante. O elfo tentou suavizar a atmosfera ao redor deles, enquanto o resto do grupo descansava em áreas ao redor do acampamento.
Hazael, que estava sentado ao lado do elfo, inclinou a cabeça em direção ao ombro de Calcifer, buscando um pouco de conforto.
— Não estou com vontade — respondeu Hazael, seus olhos ainda fixos no fogo, o olhar distante e perturbado.
— Hazael, você tem que descansar — insistiu Calcifer, sua mão movendo-se lentamente sobre os fios de cabelo do loiro em um gesto de ternura. — Você está exausto e precisa de energia para a jornada.
Hazael suspirou profundamente, sua voz carregada de um cansaço resignado.
— Não quero. Tenho medo de ter outro pesadelo com meu pai — admitiu, sua voz quase um sussurro. Ele sentia o peso de suas lembranças sombrias pressionando contra sua mente, lembranças do conde louco e da crueldade de sua mãe, que ainda o assombravam.
Calcifer olhou para Hazael com compreensão e afeto, sua expressão suavizando enquanto ele continuava a fazer carinho no cabelo do loiro.
— A névoa apenas quis despertar o seu maior pesadelo e trauma — explicou o elfo, tentando oferecer consolo e compreensão. — Mas você está seguro agora. Não precisa ter medo.
Hazael fechou os olhos por um momento, sentindo o calor do toque gentil de Calcifer. Ele ainda estava relutante, mas a presença reconfortante do elfo começava a lhe oferecer algum alívio.
— Você sempre sabe o que dizer — murmurou Hazael, sua voz agora um pouco mais suave.
— Porque me importo com você — disse Calcifer, com um sorriso leve, mas sincero. — E eu quero que você esteja bem. Deixe-me ajudar a carregar esse fardo, ao menos por agora.
Hazael olhou para Calcifer, seu olhar se suavizando, e finalmente se deixou levar pela sensação de segurança. Ele se aconchegou um pouco mais contra o elfo, fechando os olhos, e pela primeira vez em um tempo, permitiu-se relaxar. Enquanto o grupo continuava a descansar ao redor da fogueira, o calor da chama parecia se refletir na relação entre os dois, criando um momento de paz no meio do caos que enfrentavam.
Na manhã seguinte, quando o sol começou a despontar, os raios filtravam-se através das nuvens, dissipando gradualmente a névoa que ainda envolvia a ilha. O ambiente ao redor estava começando a se revelar mais claramente: as ruínas de pedra antigas eram agora visíveis, com musgos e heras entrelaçadas por entre as rachaduras. A umidade da noite havia deixado o chão úmido e a brisa leve carregava o aroma fresco da vegetação.
Calcifer, observando o cenário com uma expressão mais relaxada, notou que os irmãos feéricos, Eomer e Madeleine, possuíam uma semelhança notável, tanto na aparência quanto nas expressões. Eles se espreguiçavam com um estilo quase idêntico, revelando um modo de ser que era ao mesmo tempo elegante e descontraído. Reyna, por outro lado, já estava acordada e pronta para ação, pegando sua espada com uma precisão quase militar que fazia a cena parecer um pouco ameaçadora. Hazael, por sua vez, acordou silenciosamente, levantando-se com um ar contemplativo, seu olhar ainda cansado das preocupações da noite anterior.
— Acho que todos estamos descansados — disse Calcifer, tentando quebrar o gelo enquanto se aproximava de Hazael.
O grupo começou a se reunir, a tensão do acampamento da noite passada dando lugar a uma nova determinação. O que parecia ser um começo de dia mais tranquilo logo tomou um novo rumo quando encontraram Casspion e Minjun Zang no caminho.
Casspion se destacou instantaneamente entre os presentes. Sua pele negra, em contraste com o brilho dourado dos seus olhos, dava-lhe uma presença imponente e atraente. Seu cabelo encaracolado caía em ondas luxuosas, e suas grandes asas de couro preto, quando abertas, conferiam-lhe uma aura majestosa. Ele se aproximou com um olhar curioso, sua postura graciosa e confiante.
— Hazael! — exclamou Casspion, sua voz profunda e calorosa, com um tom de preocupação. — Como você está? Lembro-me de que antes de nos separarmos, você estava sob o efeito da névoa.
Hazael forçou um sorriso ao encontrar os olhos dourados de Casspion, sentindo um alívio ao ver a familiaridade reconfortante do príncipe demônio.
— Estou bem, obrigado — respondeu ele, tentando esconder a exaustão que ainda sentia.
Minjun Zang estava ao lado, sua expressão astuta e um tanto sarcástica. Ao ver os feéricos e a organização do grupo, a raposa não hesitou em fazer um comentário.
— Ah, olha só, os novos recrutas feéricos. E a senhorita de ferro, que acorda com sua espada a postos, como sempre. Só faltava mesmo um desfile de boas-vindas para alegrar o dia — disse ele, com um sorriso maroto.
Madeleine, que estava ainda em processo de despertar, lançou um olhar fulminante para Minjun.
— Se você parar de fazer graça por um momento, talvez possamos nos concentrar no que realmente importa — disse ela com um tom que misturava irritação e indiferença.
Eomer, com suas asas brancas majestosas levemente estendidas, observou o grupo com uma expressão de curiosidade.
— E então, qual é o plano agora? Porque encontrar o chefe da Coruja da Meia-Noite é o que nos trouxe aqui, não é? — ele perguntou, fazendo uma rápida referência ao objetivo principal da missão.
Hazael olhou para o grupo reunido e depois para Casspion e Minjun Zang.
— Exatamente. Precisamos encontrar o Casspion e Minjun Zang para garantir que a missão siga conforme o planejado. E, claro, precisamos achar o líder da Coruja da Meia-Noite.
Calcifer, que estava ao lado de Hazael, completou com um tom de seriedade.
— E eu estou aqui a mando da Torre de Magos para buscar o coração do dragão primordial. Parece que todos temos nossos próprios objetivos, mas estamos todos na mesma missão agora.
O grupo começou a se movimentar, com a clareza da manhã revelando a magnitude do templo antigo à frente. As pedras desgastadas e as estátuas de deuses esquecidos davam um ar místico e imponente ao local, como se o tempo tivesse parado há séculos para guardar seus segredos. Entre as ruínas e o nevoeiro que ainda pairava, a equipe avançava com determinação, cada um concentrado em suas próprias metas, mas unidos pelo mesmo propósito.
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O Elfo Que Não Queria Se Apaixonar | ⚣
FantasyCalcifer Robber sempre enfrenta seus problemas com destreza, seja nas intrigas da corte de Hazop ou nas severas punições que enfrenta. No entanto, uma única preocupação tem perturbado sua mente: o belo e imprevisível cavaleiro real de Pondores, Haza...