Gustavo 14

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Ela não veio. Ela não veio! Porque ela não veio conversar comigo? Eu estava inquieto, estressado, nervoso e com a alma pesada. Eu sabia que a situação na casa dela não estava muito fácil. Frederico mesmo preso, e sendo o vilão da estória, ainda tinha influência sobre um de seus filhos. Ele era podre! Jogar com a cabeça de uma criança? Isso era jogo sujo. Eu realmente tinha dúvidas sobre ele ser o pai ideal para aquelas crianças. Eu estava na sala do meu apartamento. Olhava para tv e passava por todos os canais a fim de achar algo que me tirasse o foco de Laura. Duas horas depois e nada. Nem notícias sobre esportes e economia, não me prendia a atenção. E então eu resolvi mandar uma última mensagem para ela. Eu tinha decidido fazer do seu jeito. E deixaria o tempo se encarregar de tudo.

"Oi... minha gostosa...

Estou aqui tentando esquecer tudo o que vivemos. Já entendi que seus filhos são mais importantes, e realmente são. Já entendi que você ainda não está pronta, talvez isso também seja verdade. Enquanto isso... eu te espero... e me recuso a esquecer de sua boca, sua voz doce e linda, seu sorriso, seu corpo, aaaah e seus gemidos. Eles me acompanham pelos meus sonhos á noite. Eu sei que muita coisa pode acontecer. Podemos um dia ficar juntos, ou não... não importa. O que realmente importa é o que você fez por mim... com você reaprendi a viver, amar e sonhar. Eu sempre amarei você. Guarde isso... sou teu."

Gustavo.

Passei o final de semana enfiado com a cara no trabalho. No domingo fui até a industria em Niterói. E passei o dia lá. Fiz muitas coisas que estavam esperando minha supervisão. Na segunda os chefes de departamentos, ficariam surpresos com as mudanças. Respondi e enviei emails para as lojas conveniadas e ás dez da noite voltei para casa. Minha mãe me ligou. E ficamos uma hora no telefone. Ela tinha em mente convidar Laura e sua família para um almoço num fim de semana próximo. E então contei tudo o que havia acontecido desde o início, até o término. Ela compreendeu a decisão de Laura, muito mais do que eu mesmo. Mães, elas tinham um código inquebrável: Filhos! Tudo bem minha mãe estava certa, assim como a Laura. Eu não podia competir com o amor que Bryan sentia pelo pai. Mesmo ele não tendo sido o melhor marido nos últimos anos e ferido muito a Laura, ele era sim um bom pai. Mas Laura podia, ser mais maleável, podíamos enfrentar aquilo tudo juntos. Eu estava realmente disposto! Porra! Que homem não gostaria de estar na minha pele? Uma mulher quente! Especial, dedicada á família, e aos filhos dela... criaturas lindas, muito bem educadas e com ótimo coração. Eu queria estar com eles, brincar, passear conversar, eu queria cuidar de todos ali. Eu sempre quis uma família para mim. Minha mãe adotiva era tudo para mim. Mas sempre fomos só nós dois. Meus pais biológicos nunca os conheci. Afinal eles morreram num acidente de carro. Meu pai adotivo... ele também se foi cedo demais, eu tinha quatro anos de idade. Quando eu cresci, foquei na minha carreira, nos meus negócios, colecionei mulheres, casei com Julia, mas ela ainda não estava preparada para me dar um filho, que eu tanto queria. Mas daí, fiquei sem ela também. Com a Laura foi nítido desde a primeira vez em que a vi, que tudo conspirava a favor. Era o nosso momento. Só ela que não enxergava aquilo. Pela primeira vez na vida eu entendia. O que era amar de verdade. Esse sentimento era forte, único. Por isso eu não desistiria facilmente. O tempo teria que ser meu amigo.

A segunda feira se arrastou. E novamente me enfiei no trabalho. Á noite fui ao clube treinar meu time e depois joguei tênis com alguns amigos da faculdade. Vítor chegaria de Roma, na quarta-feira e sairíamos juntos para visitar o seu irmão na Marinha. Renato havia chegado da missão no Golfo. Eles estavam fazendo a escolta de alguns cientistas e biólogos. Fazia dois anos que Vítor não o via. Então sairíamos para conversar, jantar e jogar um play. Então assim foi. Na quarta -feira fomos buscar o Renato. O Moleque estava enorme. Uma parede de músculos!

-Moleque!! O que aconteceu com você?

-Nada... só não sou mais criança, então chega desse negócio de moleque mano. - Disse ele olhando irritado para Vítor. - Tudo bem. Venha cá me dar um abraço.

Cale a boca & me ame  (Livro 1 - Série Desejos)Onde histórias criam vida. Descubra agora