Gustavo 24

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As semanas haviam passado em um ritmo louco. Tanto no sentido literal como no emocional. Todos os dias tinha visitado a casa da minha gostosa. Bryan me aceitou como um membro da família, e meu coração transbordou de alegria quando ele me deixou acompanhá-lo nas sessões de fisioterapia, quando Laura teve que se ausentar por três dias. Ela tinha entregas no interior de São Paulo. E a sua doceria progredia cada vez mais. Tudo o que ela fazia era com amor e dedicação. A cada dia eu estava mais apaixonado.

-Treinador? E aí vai rolar aquele sorvete?

Bryan me tirou de meus devaneios. Acabamos de sair do consultório do Dr. Felipe. E antes havia prometido que se ele fizesse os movimentos sem reclamar compraria um sundae enorme para ele.

-Promessa é dívida. E você se comportou. Foi forte! Tô orgulhoso carinha.

-Quanto mais cedo fazer os movimentos, mais cedo acaba. Quero jogar futebol logo.

-Acertou. Desistir jamais. Agora nada de achar que sua esquerda adquiriu super poderes na falta de outra. Por que essa não cola. - Brinquei com ele e baguncei o seu cabelo. Ele ficava estressado. Mas depois sorria brincalhão.

Ele colocou o cinto de segurança e assim parti para a avenida Atlântica. O meu celular tocou. Era Sarah.

-Atende pra mim, carinha. E coloca no viva-voz.

-Tudo bem. Oi Sarah. - Ele diz com a voz alegre.

-E aí Bryan dando muito trabalho para o Gus?

-Já sou grande. Não apronto mais, agora você não aprende nunca. O idiota do Marcelo tá atrás de você. Deixa a mamãe saber disso...

-Fica quieto moleque. Isso não é assunto seu. - Sarah brigou com ele e eu quase soltei uma gargalhada. Eu sabia que o carinha ali estava provocando a irmã mais velha. Eu me divertia muito com eles.

-Gus? Tá aí?

-Sim, Sarinha diga. - Eu a chamei e dei risada. Ela me deixou chamá-la assim porque achava fofo. Um homem do meu tamanho a chamar de Sarinha. - A vovó vai ter que sair com as mulheres do sarau para ensaiar. Você pode vir nos buscar na escola? Tô com preguiça de pegar o busão com o Ben.

-Claro. Eu ia te ligar mesmo. Para saber se vocês estavam já na hora da saída. Vamos na sorveteria.

-Ebaaaaaaaa! - Eu ouvi Ben gritando. Pelo telefone. Então ri.

-Ben! Fica quieto, eu não terminei de falar.

-Você é chata. - Ele disse e eu ri com o Bryan. Hoje era o dia deles irritarem ela. Coitada.

-Em quinze minutos chego aí.

Bryan desligou a chamada. E fomos rumo á Botafogo. Essa hora era tenso o trânsito. Mas sabia alguns caminhos secundários que me daria uma boa vantagem. Escolhi passar pelas ruas mais afastadas das avenidas principais. E consegui chegar mais rápido.

Ben entrou no carro e me deu um abraço vindo pelo meio da caminhonete. Ele era tão carinhoso. Eu tinha um afeto tão grande por eles todos e uma necessidade latente em cuidar deles para sempre. Sarah me cumprimentou com um beijo no rosto e começou a tagarelar. Eu amava assistir aquela atmosfera de família. Foi tudo o que sempre quis.

-Gus, eu tenho ensaio hoje á noite. Estamos terminando uma musica nova. Tá ficando tão legal. - Ela contou sorridente. E eu dividia minha atenção entre o trânsito e olhadelas neles todos.

-Que máximo! Eu quero assistir um ensaio de vocês, tô esperando o convite.

-Vou fazer melhor... semana que vem vamos tocar no festival de música da escola. Quer ir? - Ela me convidou.

Cale a boca & me ame  (Livro 1 - Série Desejos)Onde histórias criam vida. Descubra agora