Capítulo 17 - Festa dos anos 80

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Carrie

Passaram-se 1 mês. 

Hoje é o meu aniversário! Estou completando 20 anos e dizem que depois dessa idade é só ladeira abaixo. Meu pai veio de Los Angeles e alugou uma casa aqui perto do campus para comemorar comigo, então decidi fazer uma festa. Vamos ficar aqui sexta, sábado e domingo.

Eu não tenho irmãos, e minha mãe morreu de câncer quando eu tinha 10 anos. Meu pai nunca se envolveu com mais ninguém depois disso; ele ainda carrega essa grande perda.

Sinto falta da minha mãe e acho que é por isso que sou tão fechada com as pessoas. Tenho medo de me apegar e depois perdê-las.

Mandei uma mensagem para o Steven há uma semana, dizendo que ia fazer uma festa de aniversário e que ele estava convidado. A resposta foi: "Vou estar na Espanha acompanhando a safra, me perdoa, deixa para a próxima, Ca". Ontem, ele postou uma foto na Espanha, mas acompanhado... A foto mostrava duas taças de vinho. Parece que a fila andou para o Steven, enquanto eu ainda sofro com tudo que aconteceu. Me sinto horrível por ainda ser dependente dele. Fomos tóxicos um com o outro, mas eu não sabia como lidar com um relacionamento. Queria tê-lo sempre por perto, como se ele fosse meu oxigênio.

Fui para a cozinha e meu pai já estava fazendo o café. Eu nasci às 00:30, então ele já tinha me desejado feliz aniversário. Ele é muito pontual e essa tradição acontece em todos os meus aniversários.

Carrie: - Bom dia pai! - falei com voz de sono e dando um beijo na bochecha dele, enquanto ele estava fazendo algo no fogão. 

Pai da Carrie: - Bom dia filha! Dormiu bem? - disse se virando e colocando os ovos no pão.

Carrie: - Dormi bem pai! - falei me sentando na mesa e logo dando uma mordida no pão - Sinto falta da sua comida - disse degustando.

Pai da Carrie: - E eu sinto falta de você dando pitaco na cozinha quando estou fazendo algo - disse rindo e se sentando na mesa.

Carrie: - Fica aqui comigo... Me sinto tão só, pai - falei fazendo um pouco de drama.

Pai da Carrie: - Bem que eu gostaria, filha, mas o restaurante precisa de mim, né?

Carrie: - Verdade! E como está indo? - perguntei.

Pai da Carrie: - Tudo bem! Cada dia melhor e estou esperançoso em abrir mais uma unidade.

Carrie: - Fico muito feliz, pai! - sorri.

Só nós sabemos como foi difícil para o meu pai abrir o restaurante. Saber que agora ele está pensando em uma segunda unidade me deixa muito feliz. Dois anos após a morte da minha mãe, ele largou o emprego e decidiu tentar algo novo. Como ele sempre gostou de cozinhar, eu o incentivei a fazer um curso e depois o ajudei a montar o restaurante.

Pai da Carrie: - Como estão as coisas por aqui? Não entendi quando você disse que se sente sozinha... - questionou.

Carrie: - Você sabe como eu sou... Meus amigos são incríveis, mas eu prefiro manter distância...

Pai da Carrie: - Sempre pensando que vai se decepcionar com as pessoas... 

Carrie: - Sim, Steven foi uma amostra grátis disso!

Pai da Carrie: - Você sabe que não sou muito bom em dar conselhos amorosos, né? - disse rindo - Sua mãe era melhor nessa questão de "amor"...

Carrie: - Ser mãe e pai não deve ser fácil - disse suspirando - A mamãe dizia que ela tomou a iniciativa em tudo, porque você parecia morrer de medo - sorri.

Um Coração Quase PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora