Jolie
Já estávamos há uma semana em Los Angeles, e passaríamos praticamente o verão todo por aqui. O que me deixa um pouco intrigada era o fato da Susan permanecer esse tempo todo também. Não que eu ache ruim, mas ela estava tão agoniada no início e dizia que a estadia em Los Angeles seria breve. Agora, parece estar bem tranquila e sem planos para voltar. Levantei da cama e olhei para o Dean, que continuava dormindo; ele é um verdadeiro dorminhoco. Estou adorando passar as férias de verão com ele. Sempre temos momentos incríveis que depois relembramos e morremos de rir. Desci as escadas e encontrei o Eddy preparando o café.
Jolie: — Bom dia, maninho! — falei, dando um beijo na bochecha dele.
Eddy: — Bom dia, maninha! — disse ele, me entregando uma xícara de café enquanto eu me sentava.
Jolie: — Você tem plantão hoje? — perguntei, dando um gole no café em seguida.
Eddy: — Tenho! Os plantões estão ficando cada vez mais recorrentes. Você vai passar por isso em breve.
Jolie: — Não vejo a hora! — falei animada.
Eddy: — Na área da Dermatologia sempre tem emergência. Aliás, estão precisando de gente, mas como você ainda não se formou, não posso te indicar.
Jolie: — Obrigada por pensar em mim, maninho! Mas o Dean e eu vamos ficar um tempo em Connecticut para juntar dinheiro e depois vir para cá, então vai demorar um pouco para eu vir trabalhar aqui.
Eddy: — Hmmm — resmungou ele. — Planos juntos, é?
Jolie: — Claro, já estamos juntos há três anos!
Eddy: — Eu apoio muito vocês dois. Vão ser médicos incríveis, e fico feliz que consigam equilibrar o relacionamento com os estudos — disse, um pouco cabisbaixo.
Eu sabia por que o Eddy ficava assim ao falar disso. Tinha nome: Margot.
Margot foi a primeira namorada do Eddy. Eu gostava dela; nunca me tratou mal nem fez nada contra mim. Eles namoraram por pouco mais de um ano, no final do ensino médio. Quando terminaram a escola, Margot foi aceita em Harvard, e a distância tornou impossível manterem o relacionamento.
Jolie: — Pensando na Margot? — perguntei.
Eddy: — E-eu não quis falar nesse sentido — disse ele, gaguejando, sem jeito.
Jolie: — Eu entendi o que você quis dizer, maninho — falei. — Já pensou que era necessário? A Margot passou em Harvard, não podia continuar aqui de jeito nenhum. Sinto muito que vocês não tenham conseguido manter o relacionamento à distância, mas e se no futuro... — Eddy me interrompeu antes de eu terminar de falar.
Eddy: — Chega a ser piada você falar em futuro, Jolie. Já estou com 29 anos, e fazem quase 12 que ela nunca me procurou...
Jolie: — Você poderia deixar o orgulho de lado, não?
Eddy: — Ela está com a vida feita, Jolie! Se formou, é uma grande CEO em Massachusetts, casada, com dois filhos. Em que mundo você vive? — disse ele, sorrindo nervosamente.
Jolie: — Ok, Eddy, desculpa, eu não sabia... — me senti péssima por tentar aconselhar o Eddy sem saber de tudo que estava por trás.
Parabéns, Jolie...
Eddy: — Tá tranquilo, eu sei que você quis me aconselhar, mas talvez agora seja hora de seguir em frente.
Sim, o Eddy era extremamente apaixonado pela Margot. Eu pensava que eles seriam como aqueles casais de colégio que namoram, vão para a faculdade juntos, se casam e têm a vida dos sonhos. Ele nunca mais namorou sério desde então, só teve algumas ficantes, mas é frio com elas, nem parece o irmão doce que eu conheço.
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Um Coração Quase Perfeito
RomanceJolie Casey, aos 20 anos, deixou Los Angeles para trilhar sua jornada acadêmica em Medicina na prestigiada Universidade de Yale, em Connecticut. Com a vida meticulosamente planejada e a "turminha" de amigos ao lado, tudo parecia perfeito. No entanto...