- aquele Jungkook

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(Reproduzam a mídia acima☝🏻)

Eu olho fixamente para o Park, notando todo o seu receio transparecer em suas íris.

Há dez anos atrás eu era um adolescente. Quando penso naquele Jungkook, sinto calafrios. Um garoto que vivia de aparências, capaz de tudo para nunca decepcionar o pai.

Jungkook gostava de dormir com várias garotas, festas, baladas, álcool e drogas. Jungkook era conhecido como o capitão do time de basquete, o cara que todas as garotas dariam tudo por uma noite.

Jungkook gostava de receber elogios do pai, mesmo que, aquele que seu pai elogiava, não era de fato quem ele era. Mas aquilo não importava quando ele tinha uma vida de luxo e ostentação.

Jungkook tinha muito medo. Medo do que todos pensariam de si caso descobrissem que ele amava um homem. Ele tinha medo que seu pai — aquele que sempre exaltou sua masculinidade — descobrisse que ele era apaixonado pelo seu melhor amigo de infância.

Jungkook tinha medo de ver decepção nos olhos do seu pai. Ele era apenas um adolescente, não tinha uma vida para viver, apenas seguia com base nos planos feitos para si, por seu pai.

E eu, meu eu, precisei sofrer todas as consequências do meu eu adolescente.

Foi preciso ver decepção nos olhos do meu pai para entender que o homem de fato nunca se importou com a minha felicidade.

Foi preciso perder o meu grande amor e magoá-lo profundamente para me dar conta de que não preciso dar ouvidos a opiniões alheias. Pois, se nem mesmo o meu pai se importa com a minha felicidades, por que diabos eu teria que levar em consideração a forma como me veriam?

Foi preciso viver dez anos da minha vida em um grande pesadelo, a culpa me corroendo todos os dias. Mas que foi necessário para que eu pedisse incansavelmente para voltar no tempo e fazer tudo diferente.

Agora, eu finalmente tenho em minhas mãos a chance de fazer tudo diferente. Além disso, eu não tenho medo de lutar pelo amor da minha vida, de enfrentar seja lá quem for para estar com Jimin.

— Eu estou disposto a enfrentar tudo, a abrir mão até de mim mesmo se for necessário. — Meu tom é firme, de cabeça erguida. — Eu dou a minha palavra de que farei Jimin feliz e que jamais irei magoá-lo novamente. Antes disso, eu prefiro a morte.

Eu solto todo o ar que nem notei estar segurando, sentindo um frio intenso em meu estômago. Park me analisa, mas logo sorri largo.

— Vocês terão todo o meu apoio. — Park garante. — Nem que para isso eu tenha que enfrentar o seu pai.

É inevitável não ficar surpreso com suas últimas palavras. Os dois homens são amigos há anos, desde a adolescência. São como irmãos.

E mesmo após o ocorrido de dez anos atrás, os dois mantiveram a amizade — mesmo se afastando por um curto espaço de tempo.

— Mas-

Park Seo-joon me interrompe.

— Pela felicidade do meu filho, eu sou capaz de tudo.

[...]

Seo-joon fez questão de que eu almoçasse com ele. Após a nossa conversa em seu escritório, o clima está mais leve entre nós. E nesse momento, estamos na sala de jantar degustando o almoço preparado pela simpática senhora que me recebeu mais cedo.

E agora não estamos sozinhos: Park Min-ji está sentada à minha frente, do outro lado da mesa. A mulher insiste em trazer Jimin para a conversa.

Nosso Último Verão, jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora