Nosso Último Verão, jikook

- dias de sol

(Reproduzam a mídia acima☝🏻)

Eu poderia dizer que aquele foi o melhor verão de todos, mesmo que tenha sido o nosso último.

Naquela madrugada — a mesma na qual aconteceu o nosso primeiro beijo—, trocamos beijos até o sol ameaçar nascer. Nos despedimos com sorrisos contidos e fomos para os nossos quartos, onde dormimos até o fim de tarde do dia seguinte.

No jantar, nossos pais exigiram a nossa presença na mesa. Eu tinha esquecido o quanto era agradável aquele clima de verão, o barulho do mar e a calmaria daquela casa — isso quando os Park's e Jeon's não estavam tagarelando sobre trabalho e fama.

Quando eu abri a porta do meu quarto para descer pro jantar, a porta a minha frente também foi aberta e para a minha surpresa, era Park Jimin. Seu quarto ficava em frente ao meu, assim como era antes, nada havia mudado. O ar havia faltado em meus pulmões e eu senti um frio em meu estômago, nós estávamos presos em nossos olhares.

Eu senti minhas bochechas queimarem e notei um pequeno sorriso se formar naqueles lindos lábios na qual eu beijei por toda madrugada. E confesso, eu estava louco para beija-lós novamente.

— Como vai, Jungkookie? — Jimin perguntou e sua voz soou rouca. Ele vestia uma calça bege folgada junto com uma camiseta branca, estava lindo com os seus fios loiros jogados sobre a testa.

— Muito bem, Jimin. — Eu respondi e sorri para o loiro. — Dormiu bem?

— Como um anjinho, Jeon. — Nós trocamos sorrisos contidos e descemos para a sala de jantar quando a minha mãe gritou por nós.

— É muito bom ver os nossos filhos juntos novamente. — Meu pai foi quem pronunciou no meio do jantar.

— Assim como nós sempre fomos, bons amigos. — O Park completou intercalando seus olhos entre mim e Jimin. Quando olhei para o loiro, eu vi um sorriso malicioso em seus lábios, nós não queríamos ser apenas bons amigos.

Mas os nossos pais não poderiam saber daquilo nunca.

— Como foi o ano letivo, filho? — Meu pai perguntou e eu já sabia o que viria a seguir. — Já arranjou uma namorada?

Eu olhei para Jimin novamente  e sabia que a vontade do loiro naquele momento era de revirar os olhos. Porém, se conteve.

— Eu estava muito focado nas provas e no time de basquete, papai. Não tive muito tempo para pensar nisso. — Respondi sem olhá-lo, um pouco desconfortável em ter aquela conversa na frente de todos.

A verdade é que o senhor Jun-seo não perdia a oportunidade de exibir o seu precioso filho para todos. Eu sempre fui visto como um garoto obediente, estudioso e que fazia muito sucesso com as garotas. Exatamente como o meu pai queria que eu fosse.

Porém, aquele não era eu e nem nunca seria. Contudo, eu jamais deixaria que meu pai conhecesse o meu eu verdadeiro. Eu tinha medo de que ele ficasse decepcionado, tinha medo de perder sua mínima atenção. Para mim era muito importante ser quem ele queria que eu fosse e só em pensar na possibilidade de decepciona-lo, eu ficava amedrontado.

— Muito bem, filho. Os estudos sempre em primeiro lugar. — Meu pai disse e eu assenti. — Mas não deixe de se divertir, eu sei que tem muitas garotas à sua disposição.

Eu assenti com a cabeça, era sempre aquele discurso. Se o meu pai descobrisse que eu havia beijado o meu melhor amigo de infância, tudo estaria perdido. Eu não era gay e nem nunca seria, mas havia gostado de beijar Park Jimin e eu não me arrependia um segundo sequer.

— E você, Jimin? Como foi o ano em seu novo colégio? — Meu pai perguntou para Jimin.

— Foi bem, senhor Jeon. Eu me adaptei muito rápido, fiz bons amigos... Não tenho do que me queixar. — Jimin respondeu enquanto sorria falsamente. Ele claramente não concordava com as opiniões do meu pai.