- já faz algum tempo

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(Reproduzam a mídia acima ☝🏻)

— Eu posso sentar? — Perguntei ao me aproximar do banco onde ele estava sentado, no jardim da minha casa.

Eu não sei o que passou pela minha cabeça, mas vê-lo frágil e numa postura totalmente diferente da que mostrou durante o jantar, me deixou inquieto. Ainda era o Jimin ali, ainda era aquele garoto de bochechas grandes que vivia grudado em mim na infância.

— A casa é sua, faça o que sentir vontade. — Respondeu seco, enxugando as lágrimas que escorriam de seus olhos. Continuei o olhando e em nenhum momento ele retribuiu o meu olhar.

Cansado de ficar de pé e sem saber o que fazer, eu me sentei ao seu lado, mantendo uma certa distância entre nós. Eu estava nervoso na sua presença, por estar 'tão perto dele, minhas mãos estavam suando e eu nunca havia me sentido daquela forma.

Eu era 'tão seguro de mim, confiante. Mas ao lado de Jimin, eu ficava nervoso.

— Não dê tanta importância ao seu pai, logo ele irá lhe entender. — Falei meio incerto. A verdade é que eu estava incomodado com o silêncio entre nós e senti a necessidade de falar alguma coisa. Jimin riu e me olhou.

— Sério? Justo você vem falar algo assim pra mim? — Eu acho que falei algo de errado. — Você, o filhinho do papai todo certinho.

— Eu... — Tentei contornar a situação, mas logo fui interrompido.

— Eu não te conheço mais, você mudou de uma forma 'tão absurda... — Jimin me olhou como se estivesse enxergando a minha alma, em seus olhos havia um brilho, decepção. Ele estava decepcionado comigo?

— Você também mudou. — Acusei.

— Por que eu mudei? Hum? — Havia uma troca de olhares entre nós, mas dessa vez é como se fossemos dois desconhecidos. Jimin estava furioso. — Porque eu sou gay?

— Não! Não é isso, Jimin. — Respondi rapidamente.

Ele continuou a me olhar e eu não me importei em desviar meus olhos dos seus. Fazia tanto tempo e ao mesmo tempo, parecia que tinha sido ontem. Seus olhos ainda eram os mesmos, seus cabelos possuíam a mesma cor. Mas era como se não fosse o meu Jimin ali.

— Antes você me chamava de Hyung, lembra? Jimin Hyung. — Perguntou e eu não esperava que ele fosse relembrar o passado nem tão cedo.

Meus olhos queimaram e eu senti uma sensação esquisita em meu peito. Era saudade, saudade da gente e de tudo que vivemos, do quanto éramos inocentes e grudados um no outro.

Eu nunca consegui chamar mais ninguém de Hyung, era só ele. Hobi sempre insistiu para que eu o chamasse dessa forma, mas eu nunca consegui e chegou um dia que ele desistiu de insistir. Jimin era o meu único Hyung e me afastar dele naquela época doeu muito, mas eu não iria admitir isso em voz alta, eu nunca admitiria.

— Nós éramos apenas criança. — Foi tudo o que eu consegui falar.

O silêncio retornou e o clima agora parecia pesado. Eu desviei os meus olhos dos seus e olhei para o céu estrelado, a lua brilhava intensamente naquela noite e tudo parecia 'tão melancólico. Eu senti uma vontade absurda de chorar, mas tentei me segurar.

A vontade de abraçá-lo era descomunal. De sentir o calor do seu corpo, como eu sentia quando dormíamos juntos, era tudo 'tão puro.

— Você cresceu muito nesses últimos anos, está cheio de tatuagens, piercings... Eu quase não te reconheci. — Jimin diz, eu o olhei e ele olhava para o céu. — Papai veio com o papo de que eu precisava voltar para Seul e ficar perto da família, confesso que não queria aceitar a principio, mas eu não tive escolha. Depois que eu assumi a minha sexualidade para os meus pais, eles agora querem me "curar".

Nosso Último Verão, jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora