- nós somos dois estranhos

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(Reproduzam a mídia acima ☝🏻)

Já era noite quando eu deitei a minha cabeça no travesseiro, as aulas foram cansativas e olha que tinha sido apenas o primeiro dia de aula após as férias; a tendência era só piorar com o passar dos dias.

Todos os dias eram sempre a mesma coisa, a mesma monotonia; de segunda a quinta eram aulas normais, novos conteúdos, seminários, provas... Já na sexta-feira, tinha o treino do time de basquete e era o meu dia favorito da semana, pelo menos tinha algo que eu realmente sentia vontade de fazer.

Quer dizer... Nas sextas-feiras a noite, eu e meus amigos nos reuníamos em grupo e saiamos escondidos, para curtir e tirar todo o estresse da semana. Claro que sempre aparecia uma garota querendo transar e eu só precisava de um cantinho reservado da instituição e tudo terminava bem.

Mas, naquela noite em questão, eu não conseguia pregar o olho. Minha mente não encontrava sossego e as lembranças da minha infância me atingiam com força e eu sentia uma sensação estranha, um aperto em meu peito que eu não conseguia nomear.

Tem dias que estamos exausto e com sono, mas se a nossa mente não estiver em paz, é difícil conseguir dormir. Tudo voltou de uma só vez, aqueles momentos, o som das nossas risadas, as noites em que dormimos de mãos dadas e principalmente, ele.

Por que eu estava me sentindo assim? Eu sentia que eu fui deixado de lado mais uma vez e o meu ego estava ferido. As imagens dele na minha frente como se fosse um anjo, reproduziam-se a cada maldito minuto. Eu não deveria querer tanto ter contato com ele como na infância, eu queria fazer de conta que ele não era ninguém, que era apenas um garoto qualquer que estudava naquele maldito colégio; mas eu simplesmente não conseguia, o sorriso dele ainda era o mesmo e caramba, aquilo tudo estava me atormentando.

Tanto tempo passou e eu ainda me sentia o mesmo, aquele garoto bobo e ridículo ainda estava vivo dentro de mim, implorando pra ser libertado e ver ele com Lee Taemin, foi o mesmo sentimento de vê-lo com aquele seu amigo de infância que ele levou a casa de praia, o tal do Kai.

Eu me lembro de pouquíssimas coisas daquele dia, mas me lembro perfeitamente de como eu me senti ao vê-lo com outro garoto que não era eu e era exatamente assim como eu estava me sentindo; irritado, furioso.

Eu me lembro como fizemos as pazes, eu sabia que ele sempre vinha a minha procura. Mas naquele dia, vendo como ele cresceu bem, forte e saudável, no fundo eu esperava que ele viesse me procurar, como fazia quando erámos crianças; eu passei todas as horas do meu maldito dia na esperança de que ele viesse falar comigo, porém, mesmo tendo a certeza de que ele nunca viria, eu quis acreditar como aquele Jungkook de oito anos sempre acreditava. No entanto, ele não veio.

[...]

A semana havia se passado rapidamente e a sexta-feira finalmente havia chegado. Era manhã quando eu e os caras do time entramos na quadra pra treinar e já havia muitas garotas na arquibancada aos berros, era um dos meus momentos favoritos.

— Isso ai, garotas, chegamos. — Hoseok gritou, roubando toda a atenção para si. A quadra era extremamente gigante e rodeada pelas grandes arquibancadas, onde qualquer pessoa poderia sentar para assistir ao treino, torcer e gritar.

— Ei, idiota. — Eun-woo, ala pivô do time, se referiu a Hoseok. — Todas essas garotas vieram aqui só pra me ver e torcer por mim. — O moreno disse, de braços cruzados, se sentindo inalcançável.

Hoseok, por sua vez, não conseguiu segurar sua risada alta e escandalosa, chamando ainda mais a atenção para si. — Vai sonhando, imbecil.

— Seus bundões, viemos aqui pra treinar e não pra ficar igual duas mocinhas cheias de mimimi — Yoongi, armador, reclamou enquanto quicava a bola no chão. — Vamos, Capitão, coloque esses bundas moles no lugar deles.

Nosso Último Verão, jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora