- primeiro passo

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(Reproduzam a mídia acima ☝🏻)

Eu deixo a cobertura de Jimin e pego um táxi. Apesar de tentar incansavelmente, eu não consigo segurar as minhas lágrimas e choro dentro do veículo. Um choro abafado, doloroso, sofrido.

Nesses últimos anos, eu vivi com a certeza de que eu jamais teria Jimin novamente em meus braços. Mas após ver o loiro depois de tanto tempo, algo reascendeu dentro de mim e nos últimos dias eu me agarrei a pequena possibilidade de que ainda pudéssemos nos dar uma nova oportunidade.

Contudo, eu fui um grande imbécil por pensar que Jimin me perdoaria algum dia e que daria uma outra oportunidade para nós dois. Eu não tenho mais forças para lutar, estou esgotado. Meu psicológico está afetado e eu quero recuar, correr para longe de tudo e de todos, para somente pensar em mim. Para cuidar de mim, algo que eu negligenciei por longos dez anos.

O motorista me olha através do retrovisor. Ele é apenas mais um que sente pena de mim; do meu estado decadente. Mas eu não me importo, não agora que eu sinto o meu mundo desabar pela segunda vez.

A mesma sensação daquela noite permeia em meu peito, uma dor imensurável e latente. A dor da perda. Eu sinto que o perdi pela segunda vez. Mas como? Como eu o perderia novamente se ele nem sequer voltou a ser meu? Se eu nem ao menos lutei para tê-lo de volta?

— Senhor, já chegamos ao endereço indicado. — O taxista chama a minha atenção e eu nem sequer havia me dado conta que o carro está parado em frente ao prédio.

Eu tiro algumas notas de won da carteira e desço do veículo. A brisa fresca da madrugada atinge o meu corpo e eu me encolho. Com minhas mãos enfiadas nos bolsos frontais da calça, eu caminho em passos lentos e pesados até o elevador.

Memórias daquele verão atingem os meus pensamentos. Há algo que eu aprendi ao longo dos anos: Tentar parar de pensar naqueles momentos é uma grande perda de tempo. Pois eles sempre estão presentes em meus pensamentos.

E apesar de doloroso, é sempre bom lembrar de como éramos. Das nossas noites em claros, nossas conversas sem sentido e o calor de nossos corpos em atrito. Eu daria tudo para viver tudo aquilo outra vez.

Eu entro no elevador e procuro me recompor, enxugando os rastros de lágrimas em minha face. Uma pontada forte atinge a minha cabeça. Maldita hora que eu aceitei ir até aquela boate, eu deveria ter ficado em casa dormindo tranquilamente.

E quando eu penso que não há como piorar, ao pisar os meus pés na cobertura, sou recebido por uma Sunmi histérica.

— Onde você estava? — A mulher interroga de braços cruzados na entrada da cobertura, seus olhos furiosos cravados em mim. Eu respiro e solto o ar devagar numa tentativa de manter a calma, eu tenho a sensação de que a minha cabeça poderá explodir a qualquer momento.

— Eu precisei sair, Sunmi. — Respondo simples ao passar pela morena, sem tantas explicações. E isso é o bastante para deixar Sunmi extremamente irritada.

— Você me deixa na merda daquela boate e nem ao menos me dar uma explicação coerente. — Eu caminho até a sala de estar e ela vem logo atrás de mim. — Onde estava e de quem são essas roupas, Jeon Jungkook?

Eu me viro para Sunmi, seus olhos me analisando por inteiro. E eu a conheço, ela não irá me deixar em paz enquanto eu não lhe dar uma desculpa bastante convincente.

— O Hoseok não te avisou? — Pergunto, me lembrando vagamente de ouvir Jimin pedir para o meu amigo encobrir o meu sumiço repentino.

— Ele disse que você não estava bem e que iria te levar para tomar um ar. — Foi uma bela desculpa.

Nosso Último Verão, jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora