Polin por amor

Visita

Penélope estava sentada em sua janela favorita, a luz suave da tarde banhando seu rosto enquanto ela folheava um livro. A casa Bridgerton, logo à frente, estava tranquila, sem sinais de movimento. Suspirando, ela desviou o olhar do livro e voltou sua atenção para o exterior, refletindo sobre os eventos recentes.

Desde o baile na casa de Daphne, Penélope não conseguia parar de pensar em como tudo parecia estar mudando. Colin estava mais próximo, ajudando-a a navegar pelas complexidades da sociedade londrina. E agora, havia o Lorde Debling. Sua visita inesperada ao baile havia deixado uma marca. Ele era gentil, educado, e parecia realmente interessado nela. Pela primeira vez, Penélope sentia-se vista e apreciada por alguém além de sua família e amigos próximos.

Uma batida suave à porta interrompeu seus pensamentos. Antes que pudesse responder, a voz animada de sua mãe, Portia Featherington, preencheu o ar:

– Penélope, temos uma visita!

Penélope fechou o livro com cuidado e desceu as escadas rapidamente. Ao chegar à sala de estar, encontrou o Lorde Debling em pé, segurando um pequeno buquê de flores silvestres. Portia, claramente encantada, estava ao seu lado, com um sorriso brilhante que Penélope raramente via.

– Lorde Debling, que surpresa agradável! – disse Penélope, tentando esconder seu nervosismo.

– Senhorita Featherington – respondeu ele, inclinando-se levemente. – Espero não estar incomodando. Vi estas flores durante meu passeio e achei que combinariam com sua beleza.

Penélope sentiu o rubor subir em suas bochechas e aceitou as flores com um sorriso tímido. Portia, percebendo a atmosfera promissora, anunciou que iria buscar refrescos e deixou os dois a sós.

– Por favor, sente-se – disse Penélope, indicando o sofá próximo. – Estou surpresa, mas muito feliz com sua visita.

Lorde Debling sentou-se e observou a sala por um momento antes de voltar sua atenção para Penélope.

– Estava passeando por perto e não pude resistir a oportunidade de vê-la novamente. O baile foi... encantador, mas conversar com você foi o verdadeiro destaque da noite.

Penélope, sempre modesta, desviou o olhar por um momento antes de encontrar os olhos de Debling novamente.

– Você é muito gentil, milorde. Eu... também gostei muito de nossa conversa. É raro encontrar alguém com tanto interesse por... bem, coisas além da superficialidade.

Debling sorriu, uma expressão genuína e calorosa iluminando seu rosto.

– Fico feliz em ouvir isso. Na verdade, gostaria de conhecê-la melhor, senhorita Featherington. Acredito que há muito mais em você do que o que a sociedade costuma ver.

Penélope, lutando contra a timidez, tentou manter a compostura.

– Isso é... é muito gentil de sua parte. Eu também... quero dizer, também gostaria de conhecê-lo melhor.

A conversa fluiu naturalmente. Eles falaram sobre livros, jardins e suas visões de mundo. Debling mostrou-se curioso e genuinamente interessado em cada palavra que Penélope dizia, o que a fez sentir-se confortável e valorizada. Ele a ouviu atentamente, e sua própria timidez parecia derreter diante da sinceridade e do respeito que ele demonstrava.

Quando Portia voltou com os refrescos, ela encontrou os dois imersos em uma conversa animada sobre botânica e as viagens de Debling. Satisfeita com a cena, ela manteve um sorriso de aprovação.

Após um tempo, Debling se levantou para se despedir, expressando o quanto apreciara a visita e pedindo permissão para visitá-la novamente.

– Claro, Lorde Debling. Seria um prazer recebê-lo – respondeu Penélope, um brilho de felicidade em seus olhos.