resgate I

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A noite em Londres estava sombria e fria, com uma neblina densa que cobria as ruas, dando à cidade um ar misterioso e quase fantasmagórico. As ruas estavam silenciosas, exceto pelo som ocasional de passos apressados ou o rangido distante de uma carroça nas pedras irregulares. O céu estava nublado, sem estrelas à vista, e a lua cheia parecia esconder-se atrás das nuvens espessas, lançando apenas um leve brilho prateado sobre a cidade.

Cressida saía furtivamente de sua casa, certificando-se de que seus pais não estivessem por perto para notar sua saída. Seu coração batia acelerado enquanto ela se esgueirava pela porta da frente, envolta em um manto escuro que escondia seu rosto. Assim que atravessou o portão, avistou a velha carruagem que a esperava na esquina, seu capanga já posicionado nas rédeas. A carruagem era simples, desgastada pelo tempo, com a madeira rangendo a cada movimento. Sem hesitar, Cressida subiu e fechou a porta suavemente, tentando fazer o mínimo de barulho possível.

Cressida — Vamos, não temos tempo a perder — sussurrou Cressida ao capanga, que acenou com a cabeça e estalou as rédeas, fazendo os cavalos se moverem pela rua deserta.

As rodas da carruagem começaram a rolar lentamente sobre as pedras molhadas, produzindo um som surdo que ecoava nas ruas vazias. As sombras das construções altas pareciam se estender até o infinito, criando uma atmosfera quase opressiva. Cressida puxou o manto com mais força ao redor de si, enquanto observava as ruas escuras e perigosas de Londres passarem pela pequena janela da carruagem.

A algumas ruas de distância, os irmãos Bridgerton — Colin, Anthony e Benedict — estavam prontos. Montados em seus cavalos, eles se escondiam em uma rua paralela, esperando o momento certo para agir. Simon e Lord Debling estavam logo atrás, preparados para qualquer eventualidade. Eles haviam planejado cada detalhe meticulosamente, mas a tensão no ar era palpável. Colin mantinha o olhar fixo na direção da casa de Cressida, sua mente fervendo de preocupação por Penelope e raiva pela situação em que ela estava envolvida.

Anthony — Aí está ela — murmurou, observando a carruagem velha sair pela rua. Ele sinalizou para os outros, e os cinco homens começaram a seguir discretamente a carruagem, mantendo-se à distância para não serem notados.

Cada um deles controlava o cavalo com precisão, as patas dos animais tocando suavemente as pedras, quase sem fazer som. Eles se moviam como sombras, passando despercebidos pelas esquinas e becos de Londres. A carruagem de Cressida serpenteava por ruas mais escuras e menos movimentadas, e os Bridgertons estavam prontos para segui-la até o fim.

Mais atrás, Hyacinth e Eloise estavam igualmente preparadas, mas com um pouco mais de entusiasmo do que cautela, pelo menos por parte de Hyacinth.

Hyacinth — Isso é tão emocionante, Eloise! — sussurrou Hyacinth, seus olhos brilhando de animação enquanto conduzia seu cavalo. — Quem diria que teríamos uma aventura noturna como esta?

Eloise, sempre atenta, mantinha os olhos fixos nos irmãos à frente, certificando-se de que eles não percebessem que estavam sendo seguidos pelas próprias irmãs.

Eloise — Hyacinth, por favor, mantenha a voz baixa e se concentre. Não podemos deixar que nos vejam — advertiu Eloise, embora fosse difícil esconder um pequeno sorriso diante do entusiasmo contagiante da irmã mais nova.

Hyacinth assentiu, mas o brilho nos seus olhos não diminuiu nem um pouco. Para ela, aquilo tudo era uma grande aventura, como as histórias que lia nos livros. Mas, no fundo, sabia que estavam lidando com algo muito sério.

As ruas perigosas de Londres se estendiam à frente delas, e as irmãs Bridgerton estavam determinadas a seguir os irmãos até o final, mesmo que isso significasse enfrentar os perigos da cidade à noite. Enquanto a carruagem de Cressida se movia pelas ruas escuras, o grupo de cavaleiros se preparava para o que quer que viesse a seguir.

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