Cressida

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Cressida estava sentada em um canto escuro da pequena cela, suas roupas luxuosas agora imundas e rasgadas. Seu vestido, outrora elegante, estava sujo e manchado, o tecido caro agora parecendo mais um trapo. O cabelo, antes cuidadosamente arranjado, estava emaranhado e sujo, caindo desordenadamente sobre o rosto pálido e abatido. A cela era fria e úmida, o ar pesado com o cheiro de mofo e sujeira, e o chão de pedra era duro e desconfortável.

A porta da cela rangeu ao ser aberta, revelando a figura severa de seu pai. Ele entrou com um olhar de puro desprezo, as feições rígidas como se cada momento ali fosse um castigo. Cressida levantou a cabeça lentamente, encontrando os olhos dele com um misto de esperança e medo, mas qualquer vestígio de simpatia estava ausente do rosto do homem.

Lorde Cowper — Você... — começou ele, a voz fria e cortante como uma lâmina. — Você é o maior arrependimento da minha vida.

Cressida sentiu um aperto no peito, mas não disse nada, apenas encarou o pai, tentando não deixar transparecer a dor que aquelas palavras causavam.

Lorde Cowper — Você jogou o nome da família Cowper na lama, Cressida — continuou ele, aproximando-se lentamente da cela. — Toda Londres nos despreza por sua causa. A nossa família está à beira da falência, e tudo isso é culpa sua.

Ele fez uma pausa, observando a filha com um olhar que misturava desdém e nojo.

Lorde Cowper — Você não teve competência nem para conseguir um marido em três temporadas, mesmo com o dote generoso que ofereci. E agora, olha para você — ele gesticulou em direção a ela, como se ela fosse um animal preso. — Raptar Penelope Featherington e mexer com a família Bridgerton? Uma tolice monumental.

Cressida abaixou o olhar, sentindo a vergonha e o desespero crescerem dentro dela, mas não conseguiu encontrar palavras para se defender.

Lorde Cowper — Você não é mais minha filha — disse ele finalmente, cada palavra carregada de desprezo. — Considere-se morta para mim.

Sem mais uma palavra, ele virou as costas e saiu, a porta da cela se fechando atrás dele com um estrondo. Cressida ficou ali, paralisada pela dor das palavras do pai, até que, finalmente, ergueu o olhar, e um grito de raiva e ódio escapou de seus lábios. Era um grito visceral, cheio de rancor, ecoando pelas paredes sujas da cela.

Enquanto o eco do grito ainda ressoava, uma voz rouca e baixa veio da cela ao lado.

capanga — Se quer se vingar, ainda pode matar Penelope — disse o capanga, que estava encarcerado na cela adjacente.

Cressida virou a cabeça rapidamente na direção da voz, seus olhos se estreitando.

Cressida — E como eu faria isso, estando presa? — ela respondeu, tentando esconder a curiosidade que começava a crescer dentro dela.

O capanga sorriu, um sorriso torto e cheio de malícia.

capanga — Os presos estão planejando uma fuga no começo da tarde — ele disse, seu tom cheio de segundas intenções. — Se você quiser, pode se juntar a nós. E então, podemos terminar o que começamos.

Cressida sentiu o ódio dentro dela fervilhar ainda mais. Seus olhos brilharam com uma nova determinação, e ela percebeu que, mesmo depois de tudo, ainda tinha uma chance. Uma chance de se vingar, de destruir Penelope Featherington e quem mais ousasse se colocar em seu caminho.

Cressida — Estou dentro — disse ela, seu tom frio e decidido.

A ideia de escapar e completar sua vingança começou a tomar forma em sua mente, e ela não podia deixar de sorrir com a perspectiva de finalmente colocar um fim à felicidade de Penelope. A tarde prometia ser cheia de surpresas, e Cressida estava disposta a fazer de tudo para garantir que seus planos fossem realizados.

Polin por amor Onde histórias criam vida. Descubra agora